Anfavea projeta recuperação de 15% em 2021; queda em 2020 foi de 31%
Mercado começa a se recuperar da crise causada pela pandemia mas momento exige cautela, diz entidade que representa os fabricantes de veículos instalados no país
Autos Carros|Marcos Camargo Jr
A produção de veículos no país deve chegar a 2,25 milhões de unidades, o que deve representar uma recuperação de 15% sobre o ano de 2020. A projeção foi divulgada pela Anfavea, associaçao nacional dos fabricantes de veículos nesta manhã.
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Ao longo de 2020 as vendas no mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2%. A produção de 2.014.055 autoveículos no ano passado encolheu 31,6%. O segmento de caminhões caiu 11,5% em relação a 2019. Comerciais leves caíram 16%, automóveis 28,6% e ônibus 33,4%, a maior redução entre os setores analisados.
A entidade prevê aumento de 15% na venda de veículos, aumento de 9% nas exportações e 25% na produção total. Em dezembro, 243.967 unidades foram vendidas no mercado interrno com média diária de 11,6 mil unidades comercializadas.
Aumento dos impostos preocupa
Apesar da projeção, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, evitou falar nos níveis de recuperação em função de variáveis como os problemas do setor logístico com o abastecimento de peças, questões como o dólar e questões fiscais como a recente elevação das alíquotas de ICMS anunciada pelo governo de SP.
"Foi adotado para veículos usados uma alíquota de ICMS que subirá 207%. Imagine para um lojista, dono de uma loja, que ao vender o veículo usado terá que arcar com esse aumento na nota fiscal de venda. Um veículo de 50 mil pagava R$ 900 e agora vai pagar R$ 2.963", disse o presidente da Anfavea lembrando que apesar de falar sobre o mercado de veículos novos entende que toda a cadeia dos carros usados está interligada.
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No caso dos carros novos vendidos em SP o ICMS que era 12 vai para 13,3%, aumento de 11% no valor do imposto embutido. E a partir de abril subirá mais chegando a alíquota de 14,5%. A entidade afirma que não houve sinalização sobre o aumento de impostos aprovado em 31 de dezembro.
"Isso [a elevação de impostos] vai contra a discussão de reforma tributária, pois o setor produtivo está fazendo esforço enorme para minimizar os impactos da pandemia e fazer uma retomada. O aumento da carga vai pesar ainda mais sobre a cadeia da indústria e pode até levar a mudanças nos planos de investimento", alertou o executivo.
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