CEO da Ford diz: “Fomos forçados a vender carros elétricos” em reunião com Trump
Em encontro com executivos da indústria automotiva, executivos celebram flexibilização das regras ambientais que fizeram marcas abandonarem modelos de entrada

A decisão do governo Donald Trump de flexibilizar as normas de eficiência de combustível nos Estados Unidos repercutiu imediatamente na indústria automobilística. As regras CAFE — que determinam o consumo médio que os carros devem alcançar — foram revisadas e tornadas menos rígidas, revertendo parte das metas estabelecidas durante a gestão Joe Biden. No governo anterior, as regras foram consideradas “rígidas demais” forçando muitas marcas a deixarem de investir em carros de volume com motor a combustão para focar em elétricos. Porém esse novo mercado não cresceu da forma esperada o que fez muitas montadoras norteamericanas como Ford, Chevrolet, Stellantis (com Jeep e RAM) e outras a entrarem em uma crise.

A mudança foi bem recebida pelo CEO da Ford, Jim Farley, que classificou a revisão como uma “vitória para a acessibilidade e o bom senso”. Segundo o executivo, padrões mais realistas permitirão lançar veículos mais baratos e ampliar a oferta de modelos fabricados nos EUA sem pressionar exclusivamente a produção de elétricos — segmento no qual as montadoras enfrentam desaceleração de demanda e margens mais apertadas. O executivo conhecido pelas frases polêmicas disse no encontro que a Ford foi “forçada a vender carros elétricos”. “Agora podemos lançar carros mais acessíveis. As regras anteriores estavam fora da realidade para o consumidor médio,” afirmou Farley.

Embora essa seja uma decisão regulatória dos Estados Unidos, ela pode ter efeitos diretos e indiretos no mercado brasileiro, já que o país é altamente influenciado por tendências e tecnologias desenvolvidas para o mercado norte-americano. Com a flexibilização, o governo Trump disse que as montadoras dos EUA irão economizar cerca US$ 109 bilhões em desenvolvimento de modelos elétrico dando mais tempo para o mercado se adaptar.

Nos EUA, as marcas terão mais tempo para investir em eletrificação que não necessariamente significa que os carros terão que ser elétricos. Com regras menos rigorosas, montadoras americanas podem reduzir temporariamente seu investimento compulsório em carros elétricos. Isso pode influenciar cadeias globais — inclusive no Brasil, onde elétricos e híbridos ainda representam nichos específicos, dominados principalmente por marcas chinesas.

Montadoras como Ford, GM e Stellantis podem priorizar versões híbridas leves e motores a combustão de maior eficiência, tecnologias que têm boa aceitação no Brasil e demandam menos infraestrutura de recarga. Ao aliviar custos de desenvolvimento, fabricantes podem repassar menos despesas para mercados emergentes — o que ajuda a conter preços de novos modelos vendidos no Brasil.
Aqui regras seguem rígidas
Enquanto os EUA tornam as regras menos rígidas, o Brasil avança na implementação de novos padrões ambientais como o Proconve L8, que exige motores menos poluentes e incentiva soluções híbridas e de maior eficiência. Ou seja, a mudança americana não altera a legislação brasileira, mas pode influenciar as tecnologias que chegarão ao país no futuro. O mercado brasileiro também viu as metas de emissões prejudicarem a oferta de veículos a combustão. Hoje os compactos estão quase todos centrados em SUVs e no segmento de modelos médios a eletrificação é acelerada. Como os chineses dominam esse processo a entrada de marcas como BYD, GWM, Omoda Jaecoo, MG, Jetour entre outras encontraram grande espaço por aqui.
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