Como o setor automotivo reagiu ao efeito Trump?
Associações querem diálogo mas eletrificação é dúvida quanto ao futuro
A notícia da última semana foi a eleição de Donald Trump para mais um mandato na Casa Branca. O presidente eleito dos EUA tem uma longa trajetória como empresário do ramo da construção civil e até apresentador de televisão.
Entusiasta dos automóveis, Trump também deve fazer alterações no regime de produção de automóveis e na política tributária dos Estados Unidos, o que poderá afetar toda a indústria automobilística em escala global.
Mas quais foram as reações aos primeiros discursos de Trump após as eleições?
O principal sindicato dos trabalhadores da indústria automobilística, o Union Auto Workers, declarou que está pronto para dialogar com o presidente eleito a respeito de condições de trabalho favoráveis dentro das indústrias instaladas nos EUA.
Eletrificação na berlinda
No entanto, há um grande suspense a respeito de quais serão as normas ambientais que Trump irá seguir a respeito da mobilidade. O presidente eleito não é um fã da mobilidade elétrica e contesta decisões de redução de emissões estabelecidas ao nível global.
A American Trucking Associations (ATA) já emitiu um documento dizendo que a meta de redução de metade das emissões até 2032 precisam ser revogadas para medidas “tecnologicamente alcançáveis e que tenham em consideração a realidade operacional do setor”.
A Zero Emission Transportation Association — ou Associação Transporte Emissão Zero —, que inclui empresas Tesla, RIVIAN, Lucid até a LG (divisão de baterias) disse “Os próximos quatro anos vão ser decisivos para garantir que estas tecnologias são desenvolvidas e implementadas por trabalhadores americanos em fábricas americanas durante gerações.”
Efeito China e México
Trump também tem dito que poderá sobre taxar carros feitos no México e também na China para evitar uma competição com veículos fabricados nos Estados Unidos.
Ainda como discurso de campanha, Trump dizia que poderia taxar carros mexicanos em até 200%, mas agora terá que lidar com marcas que tem fábricas nos EUA mas também no México como Ford, General Motors, Nissan, Stellantis, Honda e Hyundai.
Trump disse “Nós vamos dar incentivos e se a China e os outros países quiserem vir para cá vender carros, têm de construir as suas fábricas aqui e contratar os nossos trabalhadores.”, chegou a dizer durante a campanha. É certo que agora Donald Trump irá negociar com o segmento automotivo a respeito de condições para a produção e venda de automóveis no maior mercado do mundo.
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