Comparativo Kwid Outsider vs Mobi Trekking: consumo, desempenho e preço

O segmento de hatches urbanos de entrada segue relevante no mercado nacional, especialmente para motoristas que buscam baixo consumo, fácil manutenção e dimensões compactas para o trânsito diário, embora seja criticados por muitos por conta dos preços elevados em relação à entrega de equipamentos, o que faz muita gente procurar veículos seminovos. Todavia, nessa disputa direta, Renault Kwid Outsider 2026 e Fiat Mobi Trekking 2025 apresentam propostas parecidas, mas entregas diferentes.

Projeto e proposta

Os dois modelos são posicionados como alternativas urbanas compactas, mas com estratégias distintas. O Renault Kwid Outsider tem comunicação voltada ao visual aventureiro e equipamentos de tecnologia, incluindo central multimídia de 8 polegadas e pacote de segurança com ESP, 4 airbags e monitoramento de pressão dos pneus.

Já o Fiat Mobi Trekking reforça o foco em mobilidade diária, adotando novamente o motor do Argo, ajuste voltado para retomadas em trânsito lento e conectividade estável com Android Auto e Apple CarPlay.

Apesar do discurso da Renault sobre o “SUV dos compactos”, ambos são projetos de hatch urbano. No uso prático, o Kwid oferece sensação um pouco mais elevada ao dirigir, enquanto o Mobi entrega ergonomia tradicional de hatch curto, ideal para o dia a dia em grandes centros.

Dimensões e espaço interno

Os dois têm medidas reduzidas, mas com diferenças que afetam o uso. O Renault Kwid Outsider mede 3,68 m de comprimento, 2,42 m de entre-eixos, 1,47 m de altura e oferece 290 litros de porta-malas. Já o Fiat Mobi Trekking tem 3,59 m de comprimento, 2,30 m de entre-eixos, 1,55 m de altura e porta-malas de 200 litros.

O Kwid entrega melhor espaço para bagagem, com 290 litros, enquanto o Mobi reforça o foco urbano com 200 litros e rack funcional para 250 litros extras com bagageiro, algo que o Kwid não oferece, já que o rack é decorativo.

Para ocupantes, o Kwid comporta quatro pessoas de forma mais eficiente, enquanto o Mobi tem limitação evidente para quem ocupa os bancos traseiros.

Equipamentos e conectividade

A diferença aparece com clareza no pacote oferecido. O Renault Kwid Outsider traz central multimídia de 8 polegadas, câmera de ré, quatro airbags, controles de estabilidade e assistência de partida em rampa, sistema Start & Stop, entrada USB-C, computador de bordo e duas portas USB dianteiras.

Entre os pontos observados: boa lista de itens para a categoria, porém painel simples e limitações de conectividade, com falhas no Android Auto e Apple CarPlay durante o teste.

O Fiat Mobi Trekking oferece central multimídia Uconnect de 7 polegadas com conexão sem fio estável com smartphone, vidros elétricos apenas nas portas dianteiras, não traz pacote extra de conforto na versão básica, conta com rack funcional e porta-objetos espalhados pela cabine. O Mobi aposta em funcionalidade e conectividade direta. Mesmo com pacote simples, a estabilidade do sistema multimídia e ergonomia interna contam a favor.

Motores e consumo

O Kwid mantém o motor SCe 1.0 de até 71 cv e peso reduzido de 825 kg, o que favorece agilidade urbana e consumo eficiente. O Mobi volta ao Firefly 1.0, com até 75 cv e calibração revisada. A montagem entrega retomadas melhores e encaixe de marchas tradicionalmente leve da Fiat.

Dados de consumo (gasolina)

Com gasolina, o Renault Kwid faz 14,6 km/l na cidade e 15,5 km/l na estrada, enquanto o Fiat Mobi registra 14 km/l no ciclo urbano e 15,1 km/l no rodoviário. Na prática, os dois oferecem resultados próximos, mas o Kwid é ligeiramente mais eficiente na estrada, enquanto o Mobi tem calibração voltada para retomadas curtas e uso urbano intenso.

Preço e posicionamento

Aqui a diferença pesa. O Renault Kwid Outsider custa R$ 85.290. A versão avaliada tem visual diferenciado, maior central e acabamento superior ao Fiat, segundo a avaliação. O Fiat Mobi Trekking custa R$ 83.490, que é mais barato, entrega motor mais atual.

O Kwid se distancia pelo preço elevado considerando o histórico do modelo no Brasil. Já o Mobi utiliza a nova motorização para entrar nas regras de emissões e manter presença como carro de entrada da marca, atendendo motoristas de aplicativo, primeiros compradores e uso universitário.

Qual escolher?

No comparativo direto, os dois cumprem a proposta de mobilidade urbana acessível, com manutenção simples e baixo consumo. O Kwid Outsider entrega mais equipamentos de segurança e visual diferenciado, além de central multimídia maior, mas o preço o coloca em faixa pouco competitiva frente à proposta do segmento.

O Mobi Trekking oferece melhor conectividade, motor atualizado e preço menor, reforçando o foco exclusivo no uso urbano diário. Já para quem busca máxima economia somada a equipamentos e porta-malas, o Kwid Outsider entrega valor. Por sua vez, quem prioriza conectividade estável, dirigibilidade em cidade e custo menor, o Mobi Trekking apresenta melhor equilíbrio para a compra.

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