Comparativo: novo Nissan Kicks enfrenta o T-Cross 2026
SUV da Nissan aposta na conectividade, bom acabamento e espaço mas T-Cross ainda anda mais
O T-Cross acaba de perder a liderança para o Tera mas segue como SUV compacto mais vendido do segmento em 2025. Do outro lado temos a nova geração do Nissan Kicks que representa a virada de chave da marca por aqui.
No universo de tantos competidores, o R7-Autos Carros confronta o novo Kicks 2026 na sua versão topo de linha Platinum com o T-Cross Comfortline, que é a versão mais completa com motor 1.0 turbo disponível no portfólio da Volkswagen.
Colocar os dois SUVs lado a lado é ter certeza que o tempo fez bem à Nissan. O antigo Kicks é de 2016 e a nova geração trouxe design, mais espaço e refinamento para o SUV.
O Volkswagen T-Cross Comfortline 2026 e o Nissan Kicks Platinum 2026 representam duas leituras distintas do mesmo conceito de SUV compacto com motor 1.0 turbo de três cilindros.
Ambos utilizam propulsores modernos, mas com propostas diferentes em entrega de desempenho, consumo, tecnologia e preço. E lado a lado se percebe a diferença.
Motores 1.0 turbo três cilindros
No caso do T-Cross, a Volkswagen mantém o conhecido motor 1.0 TSI flex de três cilindros com injeção direta, capaz de desenvolver até 128 cv com etanol e 116 cv com gasolina, sempre a 5.500 rpm. O torque máximo é de 20,4 kgfm, entregue de forma linear a partir de 2.000 rpm.
O câmbio é automático de seis marchas e a tração é dianteira. O conjunto garante aceleração de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos e velocidade máxima de 184 km/h. No consumo, segundo dados do Inmetro, o modelo faz 7,6 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada com etanol, chegando a 11,0 e 13,5 km/l com gasolina.
Assim, o T-Cross que é agradável de dirigir fica mais rápido, afinal é mais leve e menor, além de ter 3 cavalos a mais. Ainda que tenha mais torque, a aceleração do Kicks agrada, mas fica para trás do Volkswagen.
O Nissan Kicks Platinum, por sua vez, adota o novo motor 1.0 turbo de três cilindros flex, que entrega 125 cv com etanol e 120 cv com gasolina, a 5.000 rpm. O torque máximo é ligeiramente superior: 22,4 kgfm com etanol e 20,4 kgfm com gasolina.
O câmbio é automatizado de dupla embreagem (DCT) com seis marchas, também com tração dianteira. O desempenho é mais contido, com 0 a 100 km/h em cerca de 12,4 segundos, mas o consumo é melhor: 8,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada com etanol, chegando a 11,7 e 14,3 km/l com gasolina.
O ponto da Nissan está na dirigibilidade. O T-Cross é bom de dirigir e muito preciso, mas o Nissan nem parece um carro com motor três cilindros, pois o isolamento acústico é bem feito.
Na fórmula de suspensão ambos usam McPherson na dianteira e eixo rígido traseiro, mas no Nissan há uma barra estabilizadora que garante conforto extra.
Kicks é maior e leva vantagem
Nas dimensões, o Kicks é mais longo e espaçoso e até por isso a Nissan o chamou de médio durante a apresentação nas prévias de lançamento. O novo Kicks mede 4,36 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,62 m de altura e tem entre-eixos de 2,65 m. O porta-malas leva 470 litros, um dos maiores da categoria.
O T-Cross é menor, com 4,21 m de comprimento, 1,76 m de largura e 1,57 m de altura, mas mantém entre-eixos idêntico de 2,65 m e oferece 373 litros de bagagem. A diferença favorece o Kicks em espaço interno e capacidade de carga.
Lista de itens de série
Por dentro fica evidente a diferença de proposta. O T-Cross foi renovado na linha 2026 e ganhou apenas um revestimento parcial no painel e manteve sua aparente simplicidade. No Kicks há duas telas digitais, painel soft touch integral e acabamento bem feito.
O pacote de equipamentos também reflete abordagens distintas. O T-Cross Comfortline 2026 vem com painel digital configurável de 10,25 polegadas, central multimídia VW Play com conectividade sem fio, ar-condicionado digital, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.
Além de controle de cruzeiro adaptativo, faróis full LED, frenagem autônoma de emergência e seis airbags. O modelo utiliza rodas de liga leve de 17 polegadas e conta com chave presencial e partida por botão.
Já o Kicks Platinum 2026 aposta na eletrônica embarcada da nova geração. Com painel parcialmente digital com tela de 12,3 polegadas, multimídia de 12,3 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador por indução, ar-condicionado digital.
Além do seletor eletrônico de marchas (e-Shifter) e pacote ADAS com frenagem autônoma de emergência, assistente de faixa, alerta de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo e alerta de tráfego cruzado traseiro. O modelo utiliza rodas de 17 polegadas, tem bancos com tecnologia Zero Gravity e novo acabamento interno em dois tons.
Preços diferentes também
Em termos de preço, o T-Cross Comfortline parte de aproximadamente R$ 182 mil na linha 2026 com adicional do teto solar, enquanto o Kicks Platinum sai por R$ 199.000, refletindo não apenas o porte maior, mas também o nível de tecnologia embarcada. Apesar da diferença, ambos miram o mesmo perfil de consumidor que busca eficiência e conforto com motor 1.0 turbo.
A diferença, na prática é de R$ 18 mil, nada desprezível entre ambos. O T-Cross é mais para quem aprecia dirigibilidade e quer desempenho, mas fica evidente o peso da idade. Ainda assim o Volkswagen é bem mais barato com quase os mesmos itens de série do Nissan que é bem equipado mas bem caro para um SUV com motor 1.0 três cilindros.
No comparativo direto, o Volkswagen T-Cross leva vantagem em desempenho e entrega de potência, com acelerações mais rápidas e comportamento dinâmico mais ágil, enquanto o Nissan Kicks se sobressai em conforto, espaço interno e consumo.
O primeiro privilegia quem valoriza dirigibilidade e resposta imediata do motor; o segundo atende melhor quem busca tecnologia e economia no uso diário.
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