EJ 7: aceleramos o primeiro sedã esportivo e elétrico da JAC Motors
JAC Motors lança sedã que promete mais aceleração que BMW 320, Audi A4 e Mercedes-Benz Classe C mas faltam equipamentos e um fôlego extra para isso
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Já com alguma experiência no segmento de carros elétricos, a JAC Motors, do empresário Sergio Habib, lança mais um produto que só pode ser reabastecido na tomada: o EJ 7. Com visual arrojado, o novo carro tem as mãos da Volkswagen no projeto (a marca alemã detém 50% da JAC na China), promete bom nível de equipamentos e quer bater modelos tradicionais premium do mercado como BMW Série 3, Audi A4 e até o Mercedes-Benz Classe C. Mas será que ele consegue?
VOCÊ PAGARIA R$ 265 mil por um JAC elétrico? Esse é o EJ 7, que acelera + que BMW, Audi e Mercedes. Veja o vídeo!
O R7-Autos Carros testou a novidade no evento de lançamento do EJ 7 feito no Haras Tuiuti, no interior paulista. O visual do carro impressiona pelo porte e bebe na fonte chinesa dos modelos mais elevados e “espichados” com proposta esportiva como os novos Ford Mondeo, BYD Han (prometido para o Brasil neste ano) e Lincoln Zephyr.
O carro tem faróis full LED afilados, grade fechada onde há um ponto para abastecimento e perfil ascendente. A lateral exibe o bom entre-eixos de 2,76 e a traseira integra defletor de ar, vigia e tampa do porta-malas de 455 litros. As lanternas são unidas por uma peça única e os para-choques são avantajados. São 4,76m de comprimento, 1,82m de largura e 1,51m de altura.
Bem acabado mas nem tão bem equipado
No primeiro contato com o EJ 7 foi possível perceber a preocupação da JAC Motors com a qualidade do acabamento com a mesma identidade dos produtos atuais da marca como o EJS 4, por exemplo. Nas portas há couro costurado, plástico preto brilhante, filetes que imitam aço escovado e o painel traz a mescla dos mesmos materiais. Há bancos de couro com ajuste elétrico, teto panorâmico e quatro pontos de recarga de celulares com amperagem mais alta, que reduz o tempo de carga.
Diferentemente do estilo exterior a parte interna tem design retilíneo. Destacam-se o cluster digital de 10,4´´ que parece se perder em uma ampla moldura plástica e falta contraste para enxergar bem os comandos do carro. Na parte central uma multimídia com tela vertical de 13´´ que mostra ícones grandes (há espelhamento e sistema Apple CarPlay e Android Auto) mas que padece do mesmo problema. Faltaria um sistema com melhor resolução e até câmera 360 graus ou ainda assistente de estacionamento, coisa que modelos da própria marca têm como o Jac EJS 4.
Motor elétrico potente
O EJ 7 tem motor 100% elétrico que desenvolve 193cv com 34kgfm de torque e um conjunto de baterias com 51kWh capaz de rodar 402 quilômetros, segundo a importadora. Pesando 1.650 kg, não parece um conjunto tão impressionante até que se pise no acelerador que usa sistema iPedal, que ajuda na regeneração das baterias quando o motorista não está pisando no acelerador. O EJ 7 tem muita disposição para andar e cumpre o 0-100km/h em 5,9s, bem mais rápido para acelerar que seus “concorrentes” BMW, Mercedes-Benz e Audi. Mas tem um porém em tudo isso.
Para essa conduta esportiva o motorista vai esbarrar em uma limitação de velocidade por volta dos 130km/h. Mesmo com boa assistência de controle de tração e estabilidade e suspensão tradicional McPherson na dianteira e Multilink na traseira, o comportamento do EJ 7 parece um pouco “solto” demais. A direção elétrica é leve mesmo em alta velocidade, a aceleração mostra uma dianteira solta a ponto de requerer firmeza e atenção máxima do condutor e a carroceria se movimenta bastante em curvas fechadas. Para sua potência e torque, o sedã merecia um ajuste mais firme e requer habilidade para controlá-lo, mas esse primeiro teste foi feito apenas em uma pista de competições faltando um teste mais detido em estrada e em percursos urbanos em velocidades baixas.
Para um modelo com essa proposta também fazem falta o controle de cruzeiro adaptativo e detalhes como o carregador de celular por indução, um fechamento mais refinado dos porta-objetos no console central por exemplo. Sem dúvida é interessante, porém o preço de R$ 264,9 mil torna difícil escolhê-lo, especialmente à luz de concorrentes tão tradicionais.
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