Teste com novo Creta Ultimate 1.6: beleza que cobra seu preço
SUV renovado por inteiro esconde a idade, muda por inteiro e só ganha elogios mas custa caro
Três anos depois de uma segunda mudança a Hyundai promoveu uma renovação completa do Creta. Entre as principiais novidades que estão nesta matéria destacamos o renovado visual, o novo motor 1.6 turbo TGDI do Tucson e uma lista mais completa de itens de séries. Passado o lançamento, o R7-Autos Carros testou o Creta Ultimate, versão topo de linha que custa seus R$ 189,9 mil.
Visual que chama a atenção
Podemos entrar em um consenso que o Creta é agora um carro bonito. O visual do Hyundai Creta é diferente da versão anterior, apresentando um desenho mais tradicional com linhas retas, faróis diurnos em LED com assinatura luminosa em formato de L, assim como os traseiros.
A grade é nova e quadrada, com barras horizontais com estilo geométrico. As rodas variam entre 16, 17 e 18 polegadas, dependendo da versão. A única herança está na lateral que mantém suas linhas com o elevado contorno dos paralamas e a coluna C mais larga, derivados da versão anterior.
Por dentro há novidades importantes com uma primeira impressão de modernidade como as telas para painel de instrumentos digital e multimídia, ambas de 10,25 polegadas, com conexão com Android Auto e Apple CarPlay agora integradas por uma moldura. O acabamento do painel é de plástico rígido com saídas de ar renovadas, ar-condicionado digital dual zone automático, bancos do motorista ventilados e com ajuste elétrico, tomadas USB tipo C na dianteira e traseira, saídas de ar para os bancos traseiros, entre outras alterações visuais.
A impressão inicial é muito boa, mas notamos que nessa nova versão há mais arremates no acabamento. No painel superior há um desnível de montagem e na forração portas há pontas com falha de acabamento. No geral é bom, mas alguns detalhes que não apareciam e agora aparecem.
Dimensões
O Hyundai Creta 2025 manteve praticamente as mesmas medidas: 4,33 metros de comprimento sendo três centímetros mais longo, porém as demais seguem sem mudança: 1,79 metro de largura, 1,63 metro de altura e 2,61 metros de entre-eixos. O porta-malas, com base plana, tem capacidade de 422 litros e o tanque de combustível é de 50 litros.
Novo motor é seu ponto alto
Somente na versão Ultimate o Creta adota o motor 1.6 litro turbo quatro cilindros somente a gasolina que entrega até 193 cv e 27 kgfm de torque, fazendo de zero a 100 km/h em 7,8 segundos e atingindo a velocidade máxima de 210 km/h. O conjunto conta com transmissão DCT de sete velocidades, proporcionando engates rápidos e precisos sem comprometer as arrancadas e retomadas do crossover.
O Creta tem 193cv e um conjunto de câmbio polêmico ao adotar dupla embreagem de sete marchas, solução usada em vários veículos da Hyundai mundo afora, mas que deixa donos de carros arrepiados por aqui. Inicialmente o carro é ágil, silencioso e muito estável. Não há aquela vibração vista no motor três cilindros.
O Creta acelera com força e não falta fôlego em nenhuma situação. Mesmo nas reduções o câmbio encontra rápido seu lugar e aproveita o torque disponível bem rápido. A usabilidade da multimídia continua muito boa com o mesmo sistema Bluelink e conectividade Apple CarPlay e Android Auto, câmera aprimorada e bom sistema de som. O banco elétrico do motorista tem um curioso ajuste de altura manual transformando o assento em um sistema misto de ajuste, algo inédito e estranho.
Os sistemas ADAS foram aprimorados. O novo Creta ganhou assistente de tráfego cruzado traseiro, alerta de saída segura, assistente de ponto cego, além de manter a câmera de monitoramento de ponto cego no painel digital, farol alto adaptativo, controle de velocidade adaptativa, assistente de permanência e centralização em faixa, detector de fadiga, sistema de frenagem autônoma, entre outros.
Ao longo do nosso teste o consumo ficou em 8,5km/l, bem abaixo do que a Hyundai divulgou com o novo motor: 11,9 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada com gasolina.
Há grandes evoluções no Creta, mas certamente o preço que encosta nos R$ 190 mil é bem alto. Chega a ser mais caro que o Honda HR-V Touring e já ultrapassa o preço de alguns SUVs médios igualmente equipados. Nesse ponto a Hyundai reposiciona o Ultimate como um “SUv médio” nessa versão já que não comercializa aqui o Creta alongado que existe em outros países. Vamos ver se o preço alto não assusta consumidores e qual será o mix de vendas das versões do Creta no futuro. A rever.
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