Cobiçados pelos candidatos à sucessão de Lira, PT e PL têm racha interno
Enquanto Lira sinaliza apoio a Hugo Motta, Elmar Nascimento se reúne nesta quinta (12) com Rui Costa e Gleisi em busca de apoio do governo
Blog da Farfan|Tainá FarfanOpens in new window e Iasmin Costa
A corrida dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados evidencia um racha interno dentro das duas maiores bancadas da Casa. Após mudanças na disputa pela sucessão, com a entrada de Hugo Motta (Republicanos-PB) e união entre Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), o PT, de Lula, e o PL, de Jair Bolsonaro, ainda não apresentaram publicamente seus apoios e dão sinais de que ainda não existe consenso para o anúncio. As duas siglas têm sido as mais cobiçadas pelos atuais candidatos.
Segundo fontes ouvidas pelo blog, uma publicação feita pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), nesta quarta-feira (11), não agradou alguns caciques da legenda. Cunha usou as redes sociais para comunicar que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vai apoiar o nome de Hugo Motta na disputa e afirmou, na mesma publicação, que é preciso defender um nome “que assegure o funcionamento harmônico e independente do Poder Legislativo”.
A publicação foi vista como “uma sinalização precipitada de apoio à Motta”. A postagem feita no perfil pessoal do líder estava com a marcação de “collab” com o PT, mas a colaboração foi retirada depois da reclamação e o post foi apagado por Odair.
A falta de consenso dentro do PT fica ainda mais evidente pelas conversas particulares.
Também na quarta-feira, deputados do PT ligaram para Elmar Nascimento, que segue na disputa, apesar de ter sido preterido por Lira, ratificando que o partido não fechou com nenhum candidato.
Em condição de anonimato, fontes ainda confirmaram que o líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT), tem feito campanha para que a base apoie Elmar. Porém, publicamente ele tem dito que o partido ainda não definiu apoio.
Também na quarta, Guimarães fez questão de procurar Antônio Brito para afirmar que o governo não vai se posicionar e que o PT ainda não fechou questão.
A estratégia atual de Elmar, que se reúne nesta quinta (12) com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e se encontrou com Lula na quarta-feira (11), é tentar conquistar o PT e o Planalto, colocando governo e oposição em lados opostos na disputa pela sucessão. Motta é candidato de Ciro Nogueira (PP-PI) e já teve a benção de Jair Bolsonaro e Arthur Lira.
Ao blog, fontes da cúpula do PL garantem que o nome a ser apoiado pela sigla será o indicado pelo atual presidente da Câmara, apesar de deputados terem feito pressão pública para Lira avançar com pautas polêmicas, como a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, em troca de apoio.
Diante do cenário incerto, parlamentares de diferentes partidos têm afirmado que o “plot twist” da semana passada na disputa pela sucessão - com a entrada oficial de Hugo Motta e desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) - pode resultar no surgimento de um novo nome forte, com possível consenso.
Isnaldo Bulhões, líder do MDB na Câmara, tem sido um dos ventilados. Amigo próximo de Motta, o emedebista tem dito nos bastidores que só será lançado caso o republicano desista da disputa ou em acordo. Outro nome citado por deputados é o do líder do PP, Doutor Luizinho.
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