COP30 começa sob tensão em Belém: risco de impasse antes mesmo do início das negociações
Nos bastidores, temor é da repetição do fiasco de Copenhague se países não aprovarem a agenda inicial da conferência

A COP30, que começa nesta segunda-feira (10) em Belém e segue até o dia 21 de novembro, reúne representantes de 194 países e da União Europeia. O encontro é considerado crucial para o avanço das metas climáticas globais, mas, nos bastidores, o clima é de apreensão.
Diplomatas e observadores admitem haver um receio das delegações antes mesmo da abertura oficial. O motivo: ninguém tem certeza de como a conferência vai começar — nem se, de fato, vai começar.
A primeira etapa de toda COP é a adoção da agenda de trabalho, documento que define o roteiro das discussões. Só depois dessa aprovação os debates formais podem avançar.
Na manhã desta segunda, caberá ao presidente da conferência, André Corrêa do Lago, propor o texto da agenda aos participantes. E todos — sem exceção — precisam concordar.
O temor é de que alguma delegação se oponha logo na largada.
“Em outras COPs, o problema é não saber como termina. Desta vez, o risco é não saber nem como começa — ou se começa”, comenta um negociador ouvido reservadamente.
O impasse pode surgir de qualquer lado. Se um país levantar a mão e rejeitar o formato da agenda — a Bolívia, por exemplo, é vista como possível dissidente — as negociações param imediatamente.
Receito de ser uma conferência ‘informal’
Sem consenso, a conferência passa a funcionar de maneira informal, sem peso político nem validade oficial.
Um episódio semelhante ocorreu em 2009, na COP de Copenhague, quando a Venezuela se recusou a aceitar o texto final.
O resultado foi um “acordo informal”, sem força diplomática, considerado um dos grandes fracassos da história das conferências climáticas.
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