Cúpula do Mercosul começa sem acordo com União Europeia, e Lula deve dar recado aos europeus

A Cúpula do Mercosul começou nesta sexta-feira (19), em Foz do Iguaçu (PR), mas a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia — principal objetivo do presidente Lula — não será concretizado. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, o discurso de Lula terá recados diretos aos europeus.

A pedido da Itália e da França, que enfrentam pressão de agricultores contrários ao acordo com o Mercosul, a União Europeia adiou a reunião do Conselho Europeu desta semana, que deliberaria sobre o assunto.

O adiamento impossibilitou a assinatura em Foz, frustrou chefes de estado sul-americanos e resultou no cancelamento da ida da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, à cúpula.

Até o momento, os presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Paraguai, Santiago Peña, continuam confirmados em Foz do Iguaçu para o encontro deste sábado (20). Os presidentes do Uruguai, Yamandú Orsi, e do Panamá, José Raúl Mulino, também estarão na Cúpula do Mercosul.

O encontro marca o fim da presidência pró tempore do Brasil e início da presidência do Paraguai. Também por isso, Lula tinha grandes expectativas de assinar o acordo com a União Europeia neste encontro, que acontece no Brasil.

O bloco trabalha para fechar novos acordos de cooperação e comércio, que estão sendo discutidos por ministros das Relações Exteriores e da Fazenda nesta sexta-feira (19). O Mercosul está em negociação avançada de livre comércio com os Emirados Árabes Unidos e foram retomados os trabalhos técnicos com o Canadá, com expectativa de realização de rodada de negociações em Brasília, em fevereiro de 2026. A intenção é que o acordo com o Canadá seja concretizado até fim do próximo ano.

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