Polarização política e impasse das emendas: os motivos das ausências da cúpula do Congresso no 8 de janeiro
Presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, não estarão ao lado de Lula no 8 de janeiro. Interlocutores de Lira afirmam que participar do evento seria alimentar polarização política do país e que solenidade adquiriu tom partidário
O presidente Lula convidou, mas os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) não participarão do evento em alusão aos ataques às sedes dos três poderes nesta quarta-feira (8).
Interlocutores de Lira afirmam que participar do evento seria alimentar a polarização política do país e que a solenidade adquiriu um tom partidário. No ano passado, o presidente da Câmara chegou a criticar, indiretamente, a cerimônia por esses motivos e não compareceu ao evento, que foi no Salão Negro do Congresso Nacional.
Este ano, acontecerá no Palácio do Planalto e na Praça dos Três Poderes, onde haverá um ato simbólico, um “abraço à democracia”, organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo - organizações políticas associadas à esquerda. O PT também participa.
No pano de fundo das ausências também estão os recentes atritos entre Legislativo, Executivo e Judiciário sobre o impasse das emendas parlamentares. Lideranças políticas ouvidas pelo blog avaliam que o clima ainda não está bom, principalmente depois que o ministro do STF, Flávio Dino, manteve o bloqueio de R$ 4,2 bilhões de reais em emendas de comissão e os parlamentares perderam os recursos, que viraram superávit para o governo com o término de 2024.
O presidente do Senado está de férias com a família no exterior e o vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), o representará. O presidente da Câmara não enviará representante.
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), prováveis sucessores nas presidências da Câmara e do Senado, também não participarão do evento. A cerimônia acontece em um momento em que o Congresso discute uma proposta de anistia para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro. Os novos presidentes serão fundamentais para definir a tramitação da pauta.
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