Rueda e Kassab inauguram frente contra Hugo Motta e sucessão da Câmara tem novos contornos
Elmar Nascimento (União) e Antônio Brito (PSD) continuarão com candidaturas. PT e PL podem ficar em lados opostos na disputa. Arthur Lira (PP) é visto como oportunista e perde aliados
Os candidatos à presidência da Câmara dos Deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) vão manter suas candidaturas, mesmo após sinalizações de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve anunciar apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato que emergiu da desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP).
A estratégia de momento é avaliar, mais à frente, qual candidato será mais viável e unificar para a eleição, marcada para fevereiro do próximo ano.
O martelo foi batido em reunião, nesta quarta-feira (4), entre o presidente do PSD, Gilberto Kassab, do União Brasil, Antônio Rueda, e Elmar Nascimento.
As lideranças também encabeçam um movimento para fechar uma “frente pró governo” - como eles intitularam - reunindo União Brasil, PSD, PSB, MDB, PSDB/Cidadania, Avante e PDT. A intenção é conquistar apoio do Palácio do Planalto e do PT, colocando, assim, a sigla do presidente Lula e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, de lados opostos na disputa pelo cargo que é o segundo na linha sucessória da presidência da República.
O blog apurou com lideranças do PL que o partido fechará com o candidato de Lira, que deve ser Hugo Motta. A bancada já negocia a vice presidência com o novo candidato.
A nova estratégia dos chefes do União Brasil e do PSD é uma reação à tentativa de rifar Elmar Nascimento que, até a tarde de terça-feira (3), seria o candidato de Arthur Lira. A mudança repentina de postura do atual presidente da Casa ao sinalizar apoio à Motta, logo após a renuncia de Marcos Pereira e diante da aparente força do novo candidato, desagradou as cúpulas dos partidos - além de, claro, o próprio Elmar Nascimento, de quem Lira era amigo pessoal.
Lira chegou a dizer anteriormente, em conversas reservadas com os candidatos, que “jamais apoiaria Motta, mesmo se Marcos desistisse”. Hugo Motta já era tido como “candidato periférico”, mas não estava entre os três principais: Elmar, Britto e Pereira.
Ao blog, um membro da alta cúpula do União afirmou que Arthur Lira tomou a decisão de abandonar Elmar com um “discutível senso de oportunidade” e que “essa mudança de rota é uma coisa que não cabe na cabeça de um ser humano médio comum”. Completou dizendo que Lira “perdeu a legitimidade”, além de amigos próximos.
O presidente da Câmara foi procurado pelo blog e afirmou que não vai comentará.
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