Sem acordo, ‘taxação das blusinhas’ pode ser analisada em projeto separado
Reunião de líderes definirá futuro do programa de incentivo à indústria automotiva, que pode perder validade na sexta (31). ‘Jabuti’ no texto prevê taxação sobre compras internacionais
O Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que concede benefícios fiscais ao setor automotivo, foi editado por meio de uma Medida Provisória e perde a validade na sexta-feira (31). Segundo líderes ouvidos pelo blog, diante da falta de acordo, especialmente em torno do “jabuti” incluído no texto, que prevê taxar compras de até US$ 50 em sites internacionais — apelidado de “taxação das blusinhas” —, a medida pode ser analisada em um novo projeto para destravar a análise na Câmara dos Deputados.
A possível solução para o impasse será discutida em reunião de líderes na noite desta segunda-feira (27).
Mesmo sem data marcada para análise na Câmara, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), colocou a previsão de análise da pauta no Senado para quarta-feira (29). Pacheco também tem defendido, nos bastidores, que a discussão sobre “taxar blusinhas” precisa ser amadurecida e, por isso, retirada da proposta que precisa ser discutida nesta semana.
O governo tem tentado convencer o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de retirar o “jabuti” para destravar a pauta. A intenção de Lira, até o momento, é votar o Mover como está. Ou seja, com o fim da isenção em compras internacionais.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) já disse publicamente que avalia vetar a “taxa da blusinha”. O movimento, nos bastidores, é avaliado como um aceno à classe média, eleitorado que flertou com Jair Bolsonaro (PL).
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