Aliados de Bolsonaro ficam indignados com determinação de uso de tornozeleira eletrônica
Ex-presidente foi alvo de novas buscas e terá que usar equipamento de monitoramento

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, causou forte comoção e revolta na manhã desta sexta-feira (17). O blog conversou com pessoas do entorno do ex-presidente, que dizem estar “chocadas” e “indignadas” com a extensão das medidas.
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá sair de casa das 18h às 7h, se aproximar de embaixadas ou diplomatas estrangeiros, ter contato com outros réus e usar as redes sociais.
As medidas são vistas como uma forma de “calar” o ex-presidente, que ontem deu uma entrevista coletiva se colocando como inocente e recebeu uma carta de apoio do presidente americano, Donald Trump.
Na carta, Trump disse que acompanha o processo contra Jair Bolsonaro de perto. Depois, o ex-presidente divulgou um vídeo agradecendo o apoio.
A reação dos aliados de Bolsonaro
Deputados de oposição também estão se manifestando e classificaram de “medidas abusivas, persecutórias e humilhantes” as decisões de hoje. Para o vice-líder da oposição, deputado Sanderson (PL-RS), trata-se de uma tentativa de humilhar Bolsonaro.
“Estão tentando destruir Bolsonaro a qualquer custo. A tornozeleira, o toque de recolher, o veto às redes… Tudo isso é parte de um teatro de perseguição. Não há crime, não há condenação, mas há um sistema disposto a tudo para calar quem representa milhões de brasileiros”, disse.
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também criticou as medidas e afirmou que “é uma vergonha para o Brasil. Bolsonaro está sendo tratado como um criminoso perigoso, enquanto corruptos e delinquentes são soltos e aplaudidos. Estamos vivendo uma caça às bruxas promovida por um Judiciário que perdeu completamente os limites.”
O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) chamou a situação de inaceitável, “o que estão fazendo com Bolsonaro é desumano e ilegal. Essas medidas violam seus direitos fundamentais. Ele está sendo punido sem processo, sem julgamento, apenas por ser quem é. O Judiciário virou instrumento de vingança política.”
Outro crítico à situação é o deputado Rodrigo Valadares (União-SE). Ele disse que “chegamos ao fundo do poço institucional. As perseguições ao presidente Bolsonaro são uma vergonha internacional. Essa decisão de Moraes é humilhante, arbitrária e totalmente desprovida de base legal. É hora do Congresso reagir e pôr fim a esse ciclo de autoritarismo. A democracia está sendo sufocada.”
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O que diz a defesa de Bolsonaro
A defesa de Bolsonaro também se manifestou, afirmando que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”.
O PL, partido de Bolsonaro, usou as redes sociais para criticar a decisão do STF.
“O Partido Liberal manifesta estranheza e repúdio diante da ação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira (18), que incluiu mandados de busca na residência do presidente Jair Bolsonaro e na sala que ocupa na sede nacional do partido”, iniciou o PL, numa série de posts assinada por seu presidente, Valdemar Costa Neto.
“Se o presidente Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades, o que justifica uma atitude dessa? O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação. Reafirmamos nossa confiança no presidente Jair Bolsonaro, seu compromisso com o Estado Democrático de Direito e com a verdade”, completou o partido.
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