A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) voltou a pedir cautela para ucranianos e russos. Três ataques de drones quase atingiram a usina nuclear de Zaporizhzhya, que hoje é controlado pela Rússia. Os dois países trocam acusações sobre a autoria.“É extremamente preocupante que esses ataques de drones continuem, apesar dos perigos muito claros que eles representam para as pessoas, bem como para a segurança na usina nuclear. Eles devem parar, imediatamente”, disse o diretor-geral da agência, o argentino Rafael Grossi.Para piorar, a equipe da AIEA relatou que ouviu atividades militares “na maioria dos dias da semana passada”, incluindo explosões e tiros bem perto da estação.É um risco muito sério.Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), fez um apelo histórico: “Pedimos a todas as partes que evitem provocar um perigoso incidente nuclear na Ucrânia, que podia representar enormes ameaças imediatas e a longo prazo para a saúde humana e o ambiente”.Em resumo, nunca estivemos tão perto de um acidente nuclear como agora.A usina que fica na cidade de Zaporizhzhia é a nona maior do planeta.Em outubro de 2022, logo após o começo da Guerra da Ucrânia, a Rússia assumiu o controle de toda região.Pela primeira vez na história, os seis reatores construídos (ainda na era da União Soviética) estão desligados, mas carregados de energia nuclear.A usina foi construída para resistir até à colisão de um avião comercial, mas vem se tornando alvo de vários ataques em dois anos de conflito. A AIEA confirma que ela já foi bombardeada “diversas vezes” e que o status de lá é “precário”.A usina perdeu toda energia externa por oito vezes: ou seja, ela foi paralisada durante a função de resfriamento, que é essencial para o funcionamento de uma usina nuclear. Geradores de emergência foram acionados diversas vezes. É uma situação jamais antes vista.Os chefes da União Europeia falam em “perigoso acidente nuclear” e pediram para as tropas saírem de lá com urgência, mas a Rússia resiste.Putin não abre mão da usina e nem da região. Em português claro: qualquer erro de cálculo pode resultar em uma tragédia nuclear.Grossi disse que planeja informar o Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação. Vai ser a sétima vez que ele avisará sobre a situação na Ucrânia em 20 meses. E nada foi feito.E se a usina explodir? Ninguém ainda conseguiu calcular o tamanho do desastre. Todos esperam que só fique mesmo na teoria.