Debate dos EUA revela o drama de Biden: o sonho da reeleição nem por um milagre

Um dos debates mais aguardados da história dos Estados Unidos não terminou com um vencedor. Só com um perdedor: o presidente Joe Biden.

O partido democrata já tinha demonstrado preocupação com a idade avançada do Comandante-em-chefe (81 anos), as recentes “trapalhadas” com trocas de nome, de países e até mesmo “perdido” durante reuniões com líderes mundiais.

Mas os aliados de Biden continuavam garantindo que ele tinha aptidão para o cargo mais visado do planeta. Todas as fichas foram jogadas no debate. Atrás nas pesquisas, um presidente enérgico, forte e pronto para derrotar Trump poderia reacender a campanha do presidente. Mas Biden vacilou. Foi muito pior do que se imaginava.

No começo do debate, que durou 90 minutos, os chefes da campanha do democrata se prontificaram a avisar que a voz rouca e fraca do candidato era resultado de um resfriado. Não convenceu.

Joe Biden parecia sempre correr atrás das afirmações firme de Donald Trump. E foi se perdendo. Pareceu confuso com algumas respostas, perdeu a linha de raciocínio mais de uma vez e terminou uma resposta falando sobre o plano de saúde do governo para idosos idealizado quando era vice-presidente na gestão Obama.

Sem rumo, Biden foi para o ataque moral. Ele mencionou a condenação de Trump pelas acusações sobre a suposta relação sexual com atriz pornô Stormy Daniel. Disse ainda que o ex-presidente tinha a moral de um “gato de rua”. Não adiantou.

Após o debate, a sensação dos democratas era uma só: “Pânico”. Eles mesmos consideraram como a pior apresentação de um candidato na história.

Para se ter uma ideia, no debate de 1960, o primeiro televisionado, entre o republicano Richard Nixon e John Kennedy, um detalhe chamou atenção: a suadeira de Nixon. Ele parecia nervoso, tenso, com medo. Foi determinante para eleição naquela época. Imagina para Biden que parecia frágil, perdido e com ideias totalmente sem sentido?

Para os democratas, não há muita saída. Uma troca de candidato é possível, apesar das imensas dificuldades e negociações. O tempo é muito apertado e o partido não tem um nome forte de relevância nacional.

Do outro lado, o ex-presidente já começa a contar os dias para voltar à Casa Branca. Trump venceu sem fazer muito esforço. Ontem, se fosse só o velho Trump de sempre, arrojado, de certa forma “grosseiro” e até incisivo, ele já ganharia o debate. Mas ele foi muito mais esperto. Se mostrou calmo, deixou o presidente falar, foi mais focado. Venceu.

Em tempo, o republicano foi bem vago nas respostas sobre economia e política externa. Chegou a dizer que acabaria com a guerra na Ucrânia antes mesmo da posse, mas sem mostrar nenhum plano concreto. O que deixou os aliados em alerta. Voltou a repetir as mentiras de sempre, principalmente sobre a tentativa de insurreição no dia 06/01 (em que o Capitólio foi invadido por apoiadores de Trump que não aceitavam o resultado das eleições) e deixou todos em alerta após não ser claro se aceitaria ou não o resultado dessas eleições.

Campanha de Biden já nem acredita em milagre. Parece só uma questão de tempo.