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Ciência para o Dia a Dia

Brinquedos vendidos no Brasil apresentam metais tóxicos acima dos limites de segurança

Chumbo, cádmio e outros metais foram encontrados em concentrações alarmantes em brinquedos vendidos no país

Ciência para o Dia a Dia|Camille Perella CoutinhoOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Estudo revela que brinquedos vendidos no Brasil têm metais tóxicos acima dos limites de segurança.
  • Metais como bário, chumbo, cromo e antimônio foram encontrados em concentrações alarmantes.
  • A exposição a esses metais pode causar sérios problemas de saúde em crianças, como danos neurológicos.
  • O estudo destaca a necessidade de fiscalização rigorosa e medidas mais restritivas para proteger a saúde pública.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Estudo revela presença de metais tóxicos em produtos infantis vendidos no Brasil Imagem gerada por IA

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) revelou que muitos brinquedos de plástico comercializados no país contêm concentrações elevadas de metais potencialmente perigosos.

Foram avaliados 70 produtos, nacionais e importados, e os resultados apontam que quase metade não cumpre os padrões de segurança estabelecidos pelo Inmetro e pela União Europeia. O trabalho, apoiado pela FAPESP, foi publicado na revista Exposure and Health.


O caso mais preocupante envolve o bário, detectado em 44,3% dos brinquedos em níveis que chegaram a ser 15 vezes superiores ao limite permitido. Esse metal pode provocar arritmias cardíacas, paralisias e outros problemas neurológicos.

Também chamam atenção os resultados para o chumbo, que apareceu em todas as amostras e ultrapassou os valores de referência em 32,9% delas. A exposição ao chumbo está associada a danos neurológicos irreversíveis, queda de desempenho escolar e redução do quociente de inteligência.


O cromo e o antimônio também foram encontrados acima dos limites em parte significativa dos brinquedos, oferecendo riscos adicionais, como potencial carcinogênico e distúrbios gastrointestinais.

As análises foram feitas por meio de espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS), técnica de alta sensibilidade que permite detectar elementos em concentrações muito baixas.


Além da quantificação total, os pesquisadores aplicaram testes de bioacessibilidade, simulando o contato dos materiais com a saliva e o suco gástrico.

Assim, foi possível estimar a fração efetivamente liberada e absorvida pelo organismo. Embora os percentuais variem de 0,11% a 7,33% do total, os níveis detectados ainda representam motivo de preocupação, considerando a vulnerabilidade das crianças.


No total, foram identificados 21 elementos com potencial tóxico, entre eles chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, níquel e urânio. Em alguns casos, diferentes metais apareceram combinados no mesmo brinquedo, aumentando o risco de exposição cumulativa.

Os pesquisadores também observaram padrões que podem indicar a origem da contaminação, como correlações entre níquel, cobalto e manganês, além de maiores concentrações em brinquedos de cor bege, possivelmente relacionadas ao uso de pigmentos específicos.

Os resultados reforçam a necessidade de maior rigor na fiscalização. O estudo aponta que medidas como análises laboratoriais periódicas, rastreabilidade da cadeia de produção e certificações mais restritivas, especialmente para itens importados, seriam fundamentais para reduzir a circulação de brinquedos contaminados no país.

Mais do que números, o trabalho traz um alerta: a exposição infantil a metais pesados continua sendo um problema de saúde pública no Brasil.

O contato frequente com brinquedos contaminados, especialmente entre bebês e crianças pequenas que levam os objetos à boca, pode resultar em efeitos neurológicos, cardiovasculares e renais de longo prazo.

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