No braço ou no antebraço? Pesquisadores brasileiros investigam nova forma de aferir a pressão arterial
Estudo foi feito com pacientes com obesidade, pré-diabetes e hipertensão
Ciência para o Dia a Dia|Tatiana Palotta Minari
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Como pesquisadora, sempre me intrigou como detalhes aparentemente simples, como o local da aferição da pressão arterial, podem influenciar diretamente diagnósticos e condutas clínicas. Em pacientes com obesidade e pré-diabetes, essa questão se torna ainda mais crítica.
Foi essa inquietação que nos levou a conduzir um estudo publicado recentemente na revista Diabetology, intitulado “Comparison of Oscillometric Blood Pressure Measurements on the Arm and Forearm in Patients with Obesity, Prediabetes, and Hypertension”.
No acompanhamento clínico, é comum encontrarmos pacientes que apresentam dificuldades na aferição correta da pressão arterial, seja por limitações anatômicas ou pelo uso inadequado de equipamentos.
A possibilidade de utilizar o antebraço como alternativa já era discutida, mas faltavam evidências científicas sólidas. Então, decidimos investigar: será que medir a pressão no antebraço é tão confiável quanto no braço?
Junto a uma equipe multidisciplinar, realizamos um estudo observacional com pacientes com hipertensão, obesidade e pré-diabetes na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP).
Utilizamos aparelhos digitais oscilométricos para medir a pressão arterial no braço e no antebraço, seguindo protocolos rigorosos. Os resultados foram animadores e mostraram que as diferenças entre os métodos eram clinicamente aceitáveis.

Esses achados reforçam que o antebraço pode ser uma alternativa válida, especialmente em pacientes com dificuldades anatômicas. Isso amplia as possibilidades de monitoramento e promove equidade no cuidado.
Como toda pesquisa, este estudo também possui limitações que precisam ser consideradas. O número de participantes ainda é relativamente pequeno para generalizações amplas e todos tinham condições específicas, como obesidade, pré-diabetes e hipertensão. Portanto, os achados não podem ser automaticamente extrapolados para indivíduos com outras características clínicas ou faixas etárias.
Essas limitações não invalidam os resultados, mas reforçam a necessidade de estudos complementares para confirmar e expandir as evidências.
Mais do que um artigo científico, essa pesquisa é um convite à reflexão sobre como ajustes simples podem gerar grandes transformações na prática clínica. Validar o antebraço como local confiável para aferição da pressão arterial pode beneficiar milhões de pessoas que enfrentam barreiras silenciosas no diagnóstico e tratamento da hipertensão.
Se você é profissional da saúde, pesquisador ou apenas alguém curioso sobre como a ciência pode transformar vidas, convido você a ler o artigo completo.
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