Dólar cai a R$ 5,32, menor nível em 15 meses, com expectativa de corte de juros nos EUA
Queda de taxa americana e manutenção da Selic em 15% no Brasil impactam cotação; no ano, moeda já recuou 13,37% em relação ao real

O dólar fechou nesta segunda-feira (15) em queda de 0,61%, cotado a R$ 5,32, o menor valor desde 6 de junho de 2024. A expectativa do primeiro corte de juros deste nos Estados Unidos provocou impacto em todos os mercados.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, também encerrou o dia com alta de 0,90%, aos 143.546,58 pontos, um novo recorde.
O presidente americano, Donald Trump, tem feito pressão sobre o Fed (Federal Reserve), o banco central americano, que deve cortar os juros na quarta-feira (17).
Com isso, ocorre fuga de investimentos, fazendo a moeda americana perder fôlego. No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião que também termina nesta quarta-feira.
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A moeda abriu cotada em R$ 5,3514 e logo intensificou a queda acompanhando o movimento global, chegando a encostar em R$ 5,30.
“Dólar fraco no mundo todo, várias moedas ganhando do dólar e o real não foi diferente”, afirma Marcelo Muniz, responsável pela tesouraria do C6 Bank.
“O real é um pouquinho melhor que outras moedas, porque não houve nenhuma sanção nova. O mercado tinha alguma preocupação que, depois do julgamento (de Bolsonaro), pudesse vir alguma coisa. Mas o movimento (de queda) é global, todas as moedas ganhando do dólar hoje, na antecipação da queda de juros que o banco central americano deve promover”, acrescenta Muniz.
No entanto, na tarde desta segunda-feira, O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, voltou a afirmar que o governo americano deve anunciar na próxima semana novas medidas de retaliação contra o Brasil em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
O Banco Central também monitora ainda possíveis impactos de novas sanções dos EUA, apesar de a leitura predominante ser de que medidas mais duras tendem a se restringir ao campo político.
O dólar tinha fechado na sexta-feira (12) em queda de 0,71%, a R$ 5,3541. Desta forma, a divisa encerrou a semana passada com perda de 1,08%, o que leva a desvalorização em setembro a 1,25%.
No ano, recuou 13,37% em relação ao real, que tem o melhor desempenho entre divisas latino-americanas. No mercado futuro, o dólar para outubro fechou a sexta-feira em baixa de 0,82%, a R$ 5,3705.
Ibovespa
O Ibovespa registrou 143.546,58 pontos, novo pico de fechamento, em sessão na qual havia iniciado aos 142.292,21, na mínima do dia.
No melhor momento, foi aos 144.193,58 pontos (+1,35%), recorde que deixa para trás os 144.012,50 pontos vistos durante o pregão da última quinta-feira.
*Com Estadão Conteúdo
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