O governo federal anunciou nesta quarta-feira (29) a criação de um novo crédito consignado para trabalhador da iniciativa privada com carteira assinada. A proposta deve ser enviada ao Congresso em fevereiro. A estimativa é que a medida beneficie 42 milhões de pessoas.Atualmente, o consignado para trabalhadores do setor privado só está disponível para aqueles cujas empresas tenham convênios com os bancos.Por ser descontado diretamente na folha de pagamento, é opção de empréstimo com juros menores. A modalidade é mais usada no setor público e por aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).O novo consignado será feito por meio de plataforma com base no e-Social, sistema digital em que todas as empresas são obrigadas a registrar os dados de seus empregados.A plataforma integrará bancos e trabalhadores, que poderão comparar as taxas dos bancos. Segundo o governo, essa mudança facilitará a concessão de crédito.Com a nova proposta, o empréstimo poderá ser oferecido aos trabalhadores com carteira assinada por qualquer banco. Não haverá mais a necessidade da intermediação com a empresa empregadora.A contratação se dará num tipo de leilão. Pela nova plataforma, quando o empregado demonstrar interesse no consignado, os bancos poderão elaborar propostas, que ficarão disponíveis para escolha de quem pretende contratar a operação.A medida permitirá que o trabalhador mantenha o empréstimo se mudar de emprego, diminuindo o risco para as instituições financeiras.No entanto, as condições de garantia devem continuar iguais ao sistema atual. Poderá ser descontado até 30% do salário e 10% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).A possibilidade de haver um teto de juros no novo crédito consignado para trabalhadores do setor privado está em discussão no governo.Assim como o teto da taxa de juros para empréstimos consignados a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que atualmente é de 1,80% ao mês.O anúncio da medida coincide com o movimento de elevação da taxa básica de juros, a Selic, que aumentou de 12,25% para 13,25% ao ano nesta quarta-feira, após reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.