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Inflação baixa não significa preços em queda

Na média os preços continuaram subindo, mas a uma velocidade menor.

Economia em cinco minutos|Richard Rytenband

Inflação, IPCA, Supermercado, Preço
Inflação, IPCA, Supermercado, Preço

O IBGE divulgou nesta quarta-feira (11) que a inflação oficial, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou 2,95% em 2017, a menor inflação acumulada anual desde 1998 e abaixo do limite inferior da meta de inflação (3%), o que obrigou pela primeira vez na história o presidente do Banco Central a se justificar ao Ministro da Fazenda os motivos da inflação ter sido tão baixa.

Porém, a maioria dos brasileiros discorda destes dados e afirma que pelo contrário, o custo de vida tem, sim, subido, principalmente com reajustes constantes na gasolina, gás de cozinha e energia elétrica.

E tanto os dados estão corretos, quanto a leitura de grande parte da população, o que está errada é a percepção do conceito do que é inflação de preços.

O que é inflação?


É um aumento no nível geral de preços. Na média o preço dos produtos e serviços está subindo, mas como se trata de uma média, alguns produtos e serviços podem estar subindo, caindo ou estáveis.

O preço de determinado produto subir é inflação?


Não, a inflação como já foi dita não é medida de forma isolada em um produto ou serviço, mas considerando a variação média de uma cesta de produtos e serviços.

Eu li que a inflação foi baixa, por que não estou vendo o preço dos produtos caírem?


A inflação baixa significa que na média os preços continuaram subindo, mas a uma velocidade menor. Para que na média os preços dos produtos e serviços estivessem caindo seria necessário o índice registrar a chamada deflação.

Na prática, a inflação está baixa, mas saiba que isso não significa que na média os preços dos produtos e serviços estão caindo, na verdade, estão subindo em um ritmo mais comportado.

Como é calculada a inflação oficial, o IPCA?

O IBGE definiu uma cesta de produtos e serviços e considerou um peso para cada despesa no índice, por exemplo, despesas com alimentação representam 25,21% do índice total, habitação 10,91% e assim por diante. E como população-objetivo para acompanhamento foram selecionadas famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e o município de Goiânia.

A cada mês são comparados os preços desta cesta de produtos e serviços em relação ao mês anterior, para desta forma se obter o índice do nível geral de preços.

Portanto, a inflação pessoal de cada brasileiro pode divergir (e muito) do índice de inflação oficial, já que cada pessoa ou família tem um grupo de despesas diferentes. Por exemplo, um solteiro tem despesas diferentes de alguém casado e com dois filhos pequenos, por isso cada um deve monitorar sua própria inflação pessoal – avaliar se o custo de vida está subindo ou caindo em relação ao mês anterior, para um mesmo grupo de despesas.

A inflação baixa é ruim?

Toda inflação de preços por menor que seja é ruim, ela corrói o poder de compra da moeda e penaliza as classes menos favorecidas que não tem como se proteger através de aplicações financeiras.

Por exemplo, nem o bem-sucedido Plano Real que tirou o país da hiperinflação conseguiu evitar que a inflação acumulada desde 1994 atingisse 473,50%. Em outras palavras R$ 1,00 do começo do Plano Real hoje tem poder de compra de apenas R$ 0,17 centavos, uma queda de mais de 82% no poder de compra no período.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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