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Imperfeita, necessária e maravilhosa democracia

Festejamos mais uma eleição direta que vitaminou a representatividade que emana do povo na receita original ‘à grega’

Eduardo Olimpio|Do R7

A Praça dos Três Poderes, em Brasília
A Praça dos Três Poderes, em Brasília A Praça dos Três Poderes, em Brasília

Enfim, o fim.

Por mais que celebremos, com toda a boa energia positiva que o objeto requer, a democracia e a imperiosa vontade popular do livre exercício do voto, sua força de renovação e do compromisso dos brasileiros com a liberdade de escolha de seus representantes passou por prova de fogo neste mês que hoje se encerra, o que resultou em alguns arranhões, suores em excesso, infelizmente sangue derramado e dores pelo caminho.

Dessa sua natureza em eterna ebulição e busca pela perfeição de suas formas de ser, aparece uma indomável capacidade de existir e de se reinventar a partir de um pulso certo e cadenciado, e desse jogo de esforços ora previsíveis ora incontroláveis, o poder político-administrativo que surge no seio do povo sobrevive por graça e desgraça de suas próprias características históricas.

Chamada para bailar ao salão das nações social e politicamente mais desenvolvidas, a democracia bem insiste em manter-se de pé e no centro das atenções desde criancinha na Grécia por conta de uma abençoada maneira de se fazer presente nos melhores clubes do mundo ao longo dos séculos: a incontornável dança das cadeiras (do poder).

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Por ser grande, no entanto, vira e mexe ela se atrapalha na sua desenvoltura concreta e, quando algumas vezes se torna ou se faz de tonta, cai, causando dor aos seus espectadores mais próximos e, de quebra, ao conjunto dos olhares do mundo à espreita nas janelas de organizações multilaterais.

Dos céus, os deuses gregos assistem a tudo das nuvens e discutem entre si como foi a caminhada dessa ‘invenção’ que seus ‘súditos’ construíram para que pudessem, numa escala menor que se dava nas cidades-estados, conviver entre si. Essa criação de um determinando modo civilizado da sociedade usufruir dos bens materiais e imateriais humanos prosperou e, atualmente, atua na grande maioria dos países nos 5 continentes.

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Por aqui, na América do Sul, lugares como o Brasil experimentaram sua ausência por longos anos em pelo menos 2 períodos após a Primeira República, iniciada em 1889. Diz a História, ou seja, a ciência, que a voz popular foi calada, eleições gerais foram indiretas e viciadas, e instrumentos de censura e de repressão a movimentos sociais, arribados.

Contudo, mesmo do estado de coma que se encontrou, novas e poderosas lideranças políticas aliadas a experientes agentes com sede, fome e saudades de seus ventos, a custa de vidas e de ideais a reavivaram, pela última vez, em 1985. De lá para cá, munida de uma nova ‘certidão de nascimento’ promulgada após a Constituinte de 1987, a democracia plena de liberdade, de justiça social, de direitos humanos, de prosperidade a todos, de direito a participação popular via projetos de lei, chegou até aqui.

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Mesmo dividido, o Brasil fez lá atrás a opção democrática de se organizar socialmente e de se autogovernar via eleições de representantes parlamentares e dirigentes executivos para a nação e suas unidades federativas.

Nem um fim e nem um recomeço, mas a certeza de que a continuidade dessa escolha continue a iluminar a decência nas relações, a paz necessária, a união do diálogo e do contraditório, a liberdade de expressão, a busca pela igualdade de oportunidades, pela comida no prato, pelo trabalho e pela cidadania.

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