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Mulheres no centro e na linha do círculo

Características cada vez mais expostas e sabidas colocam o ser feminino no compasso que traça novos modos da coexistência

Eduardo Olimpio|Do R7

Algumas variáveis do modo de vida humano são caras para determinadas pessoas. Isso significa que, a depender de onde você nasce, qual sexo o define, quanto dinheiro e infraestrutura o ajudam na primeira infância, que condições meteorológicas e de meio ambiente incidem sobre seu corpo e psiquê, qual sistema de governo o tutela, que tipo de ensino o molda no seu desenvolvimento humano, entre outras tantas possibilidades, o leitor ou a leitora terá uma noção de como o surgimento e o crescimento de uma pessoa depende de fatores múltiplos e valores sociais em que se dá a vida de um sujeito.

Se este sujeito for uma mulher, muito provavelmente essa genética condição, em princípio, conduzirá esse ser humano a provas diferentes – mais sofridas, quase certo - do sujeito homem na sua trajetória socio biológica. A história transborda de fatos acerca dessa premissa, mesmo que falemos de Cleópatras e Margaret Thatchers em meio a muitas que, mesmo tidas como fortes ou heroicas em suas andanças, por certo guardam em suas biografias os perrengues que a condição feminina lhes rendeu.

Seja lá qual for a verdade que acaba sendo a versão mais aceita, o Dia Internacional da Mulher, comemorado neste 8 de março, traz inúmeras discussões que vão, inclusive, questionar até mesmo a pertinência ou não de se fixar um dia para se refletir sobre o ser mulher, genericamente falando. No entanto, o que importa mais é saber o que acontece com este corpo feminino que, histórica e imensamente, acaba sendo colocado numa espécie de prateleira de valores e hábitos num andar abaixo do ‘reservado’ ao homem, que deu as cartas no jogo por milênios e, mesmo sabedor e consciente de sua discutível superioridade, ainda as embaralha sobre o tabuleiro.

Está ok dizer que, desde muitos anos, por décadas até, a mulher vem rompendo essa gaveta catalogada pelos homens e ganhando espaço, visibilidade, respeito, dinheiro, poder, liberdade. São muitos vastos os campos pelos quais elas começaram a trafegar de forma altiva e independente. Ciência, sexualidade, maternidade, política, cultura, esportes, para exemplificar sem esgotar. Hoje não há espaço no qual a mulher não esteja atuando, nem que, infeliz e injustamente, esteja sendo remunerada ou reconhecida aquém de seus pares humanos mais calibrados na testosterona.

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No tema da violência, de forma vil e inaceitável, ainda impera o intolerável de que o chamado sexo frágil sucumbe ao macho forte e estúpido, quando não criminoso e patético em sua forma de coexistir com mulheres em geral. Em um mundo moderno, sofrer e morrer por ser uma delas está entre os fatos mais anacrônicos da espécie sapiens. Nem vale entrar aqui no mérito dessa discussão porque outros fóruns são mais eficientes e competentes para tal, com pesquisas, depoimentos, narrativas, ângulos e uma métrica toda específica que não dominamos aqui na coluna, mas respeitamos porque sabemos de seu impacto e sua importância na erradicação dos feminicídios da vida, afora outras barbaridades, assédios etc.

O lugar de fala feminino não deveria mais ser reservado a determinadas rodas de conversa somente. Obrigatória e naturalmente, caberia, sim, ser parte intrínseca ao convívio horizontal. Pronto. E dentro deste círculo, todas as nuances de liberdade de expressão resguardadas, ainda que majoritariamente formado pelo senhorio.

Não cabe neste cantinho de pensamento até aqui descrito a gigantesca amplitude do alcance na qual a mulher pode fazer, já faz e deve continuar a fazer por ser humana, não necessariamente só por ser feminina; e sabe-se que há muitas vantagens em sê-la.

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