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Eduardo Olimpio

O ouro nas mãos do eleitor no segundo turno

É tempo de apaziguar a sociedade, prestar atenção ao anseio popular e conhecer de perto a utilidade das pesquisas eleitorais

Eduardo Olimpio|Do R7

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Pesquisas não analisaram bem intenção dos eleitores
Pesquisas não analisaram bem intenção dos eleitores

O segundo turno para a eleição do futuro presidente da República, enfim, está definido no Brasil. E o que entra em jogo, a partir deste resultado, é a articulação entre as forças majoritárias de um lado e de outro na busca de algumas camadas de eleitores que optaram pelos demais postulantes ao cargo, ou os que anularam ou votaram em branco. A efetiva adesão ou não a determinado candidato, dos que ficaram pelo caminho, ainda caminha mas será definida em pouquíssimo tempo.

E justamente esse bolo do eleitorado que merece um aprofundamento analítico de acordo com seu comportamento que, vê-se, no levantamento de dados do conjunto das pesquisas, ficou encoberto e sem alcance, uma vez que pormenores e movimentos específicos de última hora escaparam das planilhas e observações, ao que parece.


Os números apurados dos votos em Lula acabaram sendo um tanto próximos aos auferidos nas pesquisas de intenção que, repito, deveriam ser objeto de discussão pública e, consequentemente, legislativa, para observar-se a pertinência ou não da publicidade de seus gráficos e apontamentos ainda num momento de campanha no qual múltiplos candidatos a cargos majoritários apresentam suas propostas de gestão.

Já os percentuais levantados em relação ao Bolsonaro acabaram sendo atropelados, para cima, pela realidade numérica superior tirada das urnas. Comedido, numa raridade pública, o candidato do PL recolheu as armas ao falar da leitura do eleitorado e disse que o recado é por mudança. A ver nas próximas 4 semanas como se comportará diante dessa nova campanha.


Por ora, sombras de quaisquer violações de resultados ou mesmo de episódios em massa de violência, esperados pelas instituições como o Tribunal Superior Eleitoral e demais instâncias de poder, não se revelaram em fatos. Isso pode balizar o caminho que deve ser perseguido por qualquer democrata que se preze, qual seja, o de contribuir e assimilar os valores do respeito aos resultados e adversários, aos devidos processos eleitorais e ao combate aos discursos de ódio e de rompimento da ordem pública, como o ocorrido há quase 2 anos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Como colaboração à ampla reflexão, deveriam sentar-se à mesma mesa a imprensa e os institutos de pesquisas para se debruçarem em cima do que pode ser feito para que a população venha a entender melhor o papel da prospecção e a sua confecção. Em pauta, como são feitas, o que elas buscam de informação, sua características próprias, modalidades, metodologias, filtros, detecção e captação do ‘voto envergonhado’, da omissão ou da manifestação inversa à que realmente o pesquisado deseja digitar na urna, históricos e tudo que possa ser colocado à disposição do cidadão médio brasileiro. Seria uma baita prestação de serviço.

Não sou dos que veem a pesquisa eleitoral como uma ‘caixa preta’, mas sua publicização deve, imperiosamente, vir acompanhada não só do seu número de registro no tribunal eleitoral ou da amostragem. Se for para continuar pública, que ao menos aumente em alto nível os quesitos da transparência e da acessibilidade para que possa ser interpretada e entendida não só pelos cientistas e afins. E, sem dúvida, os especialistas não ficarão desempregados pois cabem a eles os estudos e decodificações para uma melhor e mais apurada e eficaz leitura e papel desse tipo de levantamento durante qualquer processo eleitoral, plebiscitário ou de referendo.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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