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Luiz Fara Monteiro

'Voar custa caro, mas é a metade do que se cobrava 20 anos atrás', diz CEO da LATAM

Jerome Cadier reconhece polêmica no tema e ressalta a importância de comprar o bilhete com antecipação: 'Esta é a única dica certeira para pagar menos'

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro


Jerome Cadier, CEO da Latam, usou as redes sociais nesta semana para defender o preço das passagens praticado no Brasil. Veja o que ele falou:

"Mais um tema polêmico na aviação brasileira: preço de passagem.

Este tema sempre foi tratado de forma passional e quando isto acontece, com qualquer tema, a chance de cometer erros é maior.

Quero hoje trazer fatos. Eles podem ajudar a termos uma visão mais correta do tema. Muitos vão continuar achando que voar custa caro, e não vou discordar deles. Mas espero contribuir para que sejamos menos passionais e mais equilibrados sobre este tema.


Em junho de 2023 (último dado oficial publicado pela Anac), a tarifa média no Brasil foi de R$ 567. Podemos discutir se isto é muito ou pouco, mas saibam que voar 20 anos atrás custava o dobro disto, mais de R$ 1.000. Em dólares, então, nem se fala.

Porém mais interessante que isto é a composição destes 567.


Mais de 1/3 dos passageiros que voaram em junho pagou menos de R$ 300 pela passagem. E 5,2% deles pagaram mais de R$ 1.500.

Esta é a grande dificuldade de entendimento para a maioria das pessoas: no mesmo voo, sentados lado a lado, podemos ter uma pessoa que pagou 1.500 e outra que pagou 300 pelo mesmo trajeto. Será que isto é injusto?


Não é. O que um passageiro compra não é só o traslado. Ele compra a antecipação. Os que pagaram menos de 300 compraram com mais de seis meses de antecipação. Os que pagaram mais de 1.500 compraram nos últimos cinco dias ou talvez até na véspera. Assim funciona a precificação das passagens, não aqui no Brasil, mas no mundo inteiro, desde sempre.

É óbvio que quem reclama do preço alto das passagens é quem pagou 1.500. Quem viajou por 300 ou menos não reclama, pelo contrário, está feliz e nem se manifesta quando ouve os insatisfeitos reclamarem. Mas é importante entender que para cada passageiro que pagou 1.500 ou mais, temos seis que pagaram menos de 300!

Para finalizar o comentário de hoje: muitos me sugerem 'colocar um teto' no preço. Por que isto não é uma boa decisão? Porque se tenho que manter o preço médio onde está porque é ele que define a sustentabilidade financeira do voo, se eu colocar um teto, vou ter que reduzir a quantidade de passagens mais baratas disponíveis. E com isto, não serão seis que pagarão menos de 300, serão menos. E alguns destes simplesmente não conseguirão pagar pela passagem. Com isto, menos pessoas poderão andar de avião, que vai na direção contrária ao que queremos todos.

Termino com o conselho de sempre: compre com antecipação. Esta é a única dica certeira para pagar menos."

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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