Liminar impõe multa de R$ 50.000,00 à KLM
ReproduçãoJorge Phillipe e Gabriella moravam em Minas Gerais e estavam ansiosos pela mudança temporária para Dublin, na Irlanda, onde permanecerão para um período de intercâmbio.
Nas redes sociais, eles se apresentam como apaixonados pelo mundo, pela natureza e por trilhas. São vários países por onde passaram e registraram momentos de aventura e, principalmente, fotos com animais da fauna local.
Alfredo é o coelho de estimação.
Cientes da burocracia para transportar esse tipo de pet, Jorge recorreu à justiça a fim de garantir uma viagem tranquila.
Despacho do Colégio Recursal Central da Capital (SP) em desfavor da KLM
ReproduçãoAjuizada na 1ª vara do Juizado especial central de SP (Vergueiro), a ação foi deferida.
O voo pela holandesa KLM de Guarulhos para a Irlanda, com conexão em Amsterdã estava marcado para a última segunda-feira (15). De acordo com o advogado Leandro Petraglia, que representa o casal, a companhia informou que o embarque nesta data não seria possível.
Jorge ficou preocupado. Para garantir que não haveria mais incômodos, sacou 6 mil reais para remarcar os bilhetes para 2 dias depois, quarta-feira (17).
Na terça-feira, a KLM teria comunicado aos passageiros que o melhor seria adiar o embarque para quinta-feira, 18, “como forma de evitar alguma intercorrência”, relata Petragila.
Na mesma quinta-feira (18) o Dr. Vitor Kumpel, relator recursal da 1ª turma do colégio recursal central de SP concedeu ao casal uma segunda decisão que mantinha a liminar originária com multa à KLM.
Ação questiona motivos para se proibir embarque do coelho na cabine do avião
ReproduçãoO juiz entendeu que a companhia estaria agindo de má-fé, conforme relata Leandro Petragila.
Com a liminar em mãos, o casal seguir para Guarulhos com a certeza do embarque.
“Os passageiros já tinham pago a taxa ‘PET’ de seiscentos e poucos reais, ou seja, no momento do check-in e despacho das malas, a KLM já tinha conhecimento que o coelho estaria presente”, afirma Petraglia.
Por volta das 19h30 de quinta-feira, meia hora antes da decolagem, a companhia voltou a proibir.
“Foi uma nova recusa com a retirada dos clientes já de dentro do saguão de embarque, já tinham passado pelo raio X”, explica o advogado.
Foi neste instante em que se iniciou o bate-boca e toda a confusão entre o casal e funcionários da companhia, registrada em vídeo.
“A informação do comandante ao telefone comigo foi a de que ele seria a última palavra e que não embarcaria um roedor, sendo que o coelho é um lagomorfo, não um roedor. E mesmo explicado isso, [o comandante] manteve a postura indiferente à liminar”, alega o advogado do casal.
Em uma mensagem gravada neste sábado (20) em Amsterdã, Jorge Phillipe também fez relatos.
“Eles alegam que o coelho é roedor, o comandante falou que ele [o coelho] pode derrubar um avião, [que] um bichinho desse jeito pode derrubar um avião. Coelho não é roedor”.
Ao agradecer o apoio que recebeu pelas redes sociais, Jorge Phillipe confirmou que entrará com ação contra a companhia.
“Podem ter certeza que a gente vai fundo nessa e a KLM vai ser responsabilizada se depender da gente por tudo o que ela nos fez”.
O dono do coelho alega que a iniciativa é para evitar nocas ocorrências.
“Não é pela gente, é pelo Alfredo e pelos diversos outros ‘Alfredos’ que podem vir pela frente e pelo que a gente passou. Quem sabe os próximos ‘Alfredos’ não tenham que passar”.
O dono do animal não comentou sobre as agressões registradas em vídeo.
O blog tenta, sem sucesso, ouvir a KLM. Tão logo a companhia se pronuncie, atualizaremos esta reportagem.
Decisão inicial do relator Vitor Frederico Kumpel
ReproduçãoOs textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.