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Luiz Fara Monteiro

Fadiga e falha de comunicação serão investigadas em acidente aéreo no Japão

Condições físicas e emocionais dos pilotos e as orientações repassadas pela torre de controle às duas aeronaves serão analisadas, após acidente 

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro


Modelo A350-900 da JAL pega fogo em Haneda após choque com avião da Guarda Costeira
Modelo A350-900 da JAL pega fogo em Haneda após choque com avião da Guarda Costeira Reprodução Aviation Herald

O Departamento de Aviação Civil do Japão, da divisão do Ministério de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo (MLIT), não descarta a falha de comunicação e a fadiga dos pilotos entre os fatores que contribuíram para o acidente em que um avião modelo A350-900, da Japan Airlines, com 379 pessoas a bordo se chocou com uma aeronave da Guarda Costeira no Aeroporto Internacional de Tóquio, nesta terça-feira (2).

Autoridades da Guarda Costeira do Japão disseram que o avião, que colidiu com a aeronave da Japan Airlines, era um MA722 que pertence ao Aeroporto de Haneda. Seis tripulantes estavam no avião. O comandante foi socorrido, mas outros cinco tripulantes não foram encontrados. As pessoas que estavam a bordo do A350-900 da JAL saíram ilesas, de acordo com informações da mídia japonesa. Segundo a Guarda Costeira, o avião estava taxiando na pista para transportar materiais para a província de Niigata, que foi atingida por um forte terremoto na segunda-feira (1).

Falha de comunicação

O tráfego na pista de Haneda é de responsabilidade da Torre de Controle. Uma das causas do acidente pode ter sido uma falha de comunicação entre os controladores e as duas aeronaves. É a torre que determina o momento e qual pista será utilizada na aproximação de aeronaves, como o voo JL516, da JAL, que partiu do aeroporto New Chitose, em Hokkaido, para Haneda.

O terminal é um dos mais movimentados do país. A expectativa do próprio Terminal Aéreo Internacional de Tóquio é de que 803 mil pessoas transitem pelo aeroporto entre 22 de dezembro de 2023 e 3 de janeiro de 2024.


Acidente por fadiga

Em 7 de julho de 2017, um Airbus A320-211, operando o voo 759 da Air Canada, quase colidiu com vários jatos que aguardavam para decolar em uma pista paralela à pista principal — chamada de taxiway — no Aeroporto de São Francisco, na Califórnia.

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O voo, que teve origem no Aeroporto Internacional Pearson de Toronto, havia sido liberado pelo controle de tráfego aéreo para pousar na pista 28R e estava em aproximação final para pousar. Entretanto, em vez de se alinhar com a pista, a aeronave havia se alinhado com a pista de táxi paralela, na qual quatro aviões de passageiros totalmente carregados e abastecidos estavam parados aguardando autorização de decolagem.

A tripulação de voo iniciou uma arremetida antes do pouso, pousando, na sequência, sem maiores incidentes. A fadiga da tripulação foi um dos fatores contribuintes.

A investigação sobre o acidente desta terça em Haneda irá analisar, entre vários fatores, as condições físicas e emocionais dos tripulantes das duas aeronaves e do operador da Torre de Controle que orientava os aviões envolvidos na ocorrência.

O trabalho levantará, por exemplo, a carga horária de serviço dos pilotos, quantas horas eles dormiram e descansaram antes de entrarem em operação, ou, se alguma substância alcoólica ou algum tipo de droga foi usado. As condições meteorológicas em Haneda também serão analisadas.

Embora os acidentes de aviação sejam raros, quando ocorrem, em 80% dos casos resultam de erro humano e, destes, entre 15% e 20% são causados ​​pela fadiga do piloto. A fadiga de tripulantes é uma das maiores ameaças à segurança aérea.

"Colocar limites máximos e mínimos para o ser humano é trabalho sério, complexo e requer estudos constantes para aprimoramentos", afirma Paulo Licati, especialista em Segurança de Aviação e Aeronavegabilidade Continuada pelo ITA, piloto de linha aérea e estudioso de casos de fadiga na aviação.

Em uma pesquisa realizada pela British Airline Pilots' Association, 43% dos 500 participantes disseram que adormeceram involuntariamente na cabine e, desses, 31% disseram que acordaram e encontraram também o outro piloto dormindo.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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