Em pronunciamento, o chefe da Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsia), Dmitri Yadrov, disse que informou ao Cazaquistão, país onde o jato ERJ-190 caiu, e ao Azerbaijão, país sede da Azerbaijan Airlines, que o órgão está disponível para se juntar e contribuir com a investigação do acidente que matou 38 das 67 pessoas a bordo. Além disso, Yadrov declarou que “Durante esta hora [quando o avião se acidentou] a situação do aeroporto de Grózny estava muito desafiadora. As forças armadas ucranianas realizavam ataques terroristas contra a cidade.”A aeronave, que no último dia 25 ia de Baku, capital do Azerbaijão, para Grózni, na Rússia, caiu próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão, após perder aparentemente o controle de navegação e sofrer interferência em seu sistema de GPS.Nomeado pelo primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin, em setembro de 2023, Yadrov voltou a destacar as condições meteorológicas na região no momento do acidente.“Havia uma densa neblina em Grózni e a visibilidade era ruim, houve duas tentativas de pouso e eles não conseguiram”, completou. Mas não explicou que neblina densa e visibilidade ruim não derrubam uma aeronave conceituada em todo o mundo, do porte do Embraer 190.A declaração do chefe da aviação civil russa ocorre depois que agências internacionais de notícias divulgaram que o avião da Azerbaijan Airlines teria sido abatido por um míssil do sistema de defesa de Moscou. Imagens divulgadas ainda no dia do acidente em redes sociais e por este blog mostram perfurações na fuselagem do avião, especialmente na cauda, onde ficam o profundor e o estabilizador. Marcas de disparos também foram vistas em poltronas, nos painéis da cabine e até em colete salva-vida dentro da aeronave. Militares ucranianos acusaram as forças russas pela queda do Embraer.O Kremlin alertou na quinta-feira contra especulações sobre a causa da queda do voo da Azerbaijan Airlines, após um especialista em aviação dizer que evidências indicavam que uma bateria antimísseis russa poderia ter derrubado o avião de passageiros.O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que a investigação sobre a causa do acidente estava em andamento.“Seria incorreto fazer qualquer hipótese antes que a investigação chegue a conclusões, e definitivamente não podemos fazer isso e ninguém deveria fazer isso”, disse ele em sua entrevista coletiva diária.Esta não é a primeira vez que Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a responsabilidade pela queda de um voo comercial. Em 17 de julho de 2014, um Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines que saiu de Amsterdã rumo a Kuala Lumpur caiu no leste da Ucrânia, a 40 km da fronteira com a Rússia. De acordo com uma investigação conduzida pela Holanda, o avião foi abatido por um míssil terra-ar Buk lançado de território controlado pelos separatistas pró-Rússia, na Ucrânia. Os 283 passageiros e 15 tripulantes não sobreviveram.