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Luiz Fara Monteiro

Saiba como será o trabalho de remoção do avião da LATAM em Florianópolis

Logística será feita por equipe especializada da companhia, chamada de 'Recovery Team', formada por cerca de 15 profissionais. Expectativa é que a operação seja concluída até sexta-feira 

Luiz Fara Monteiro|Do R7

A321 da Latam: retirada da aeronave da pista de Florianópolis deve ser concluída até sexta-feira (14)
A321 da Latam: retirada da aeronave da pista de Florianópolis deve ser concluída até sexta-feira (14)

O avião modelo A321 da Latam que experimentou um incidente nesta quarta-feira (12) será retirado da pista principal do Aeroporto Hercílio Luz (FLN) por uma equipe especializada, chamada de "Recovery Team".

O voo LA3300 partiu de Guarulhos, com 172 passageiros e sete tripulantes a bordo, e ninguém se feriu.

A Latam é a única companhia na América do Sul a ter uma equipe própria, treinada especialmente para a remoção de aeronaves acidentadas. Clique aqui e entenda em detalhes como funciona a operação.

Como a base de operações do time fica em São Paulo, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, a empresa enviou um primeiro time com profissionais para analisar as ações necessárias, esse processo chamado de “Initial Survey”, justamente para avaliar as condições do local onde houve o incidente. Esta equipe realiza o planejamento e a análise dos equipamentos necessários a serem enviados a Florianópolis.


Com esta informação, a companhia aérea despachará por via aérea o equipamento que efetuará o resgate da aeronave, chamado de “Recovery Kit", composto de equipamentos especiais pesados, que podem chegar a 25 toneladas, para ser utilizados na remoção do avião.

Informações preliminares revelam que a Latam estuda usar um modelo A320 NEO de sua frota para transportar os equipamentos. Embora somente a pista auxiliar esteja em operação no Hercílio Luz, a companhia acredita que o A320 NEO tenha condições de operar em segurança na pista, mesmo com tamanho menor, por meio de cálculos fornecidas pelo Departamento de Despachante Operacional de Voo, DOV.


O blog apurou que se cogitou a utilizar uma aeronave menor, da Azul Linhas Aéreas, modelo Pilatus para levar o Kit Recovery, mas a capacidade de carga do Pilatus seria insuficiente para comportar os equipamentos.

Um segundo time, composto de cerca de dez técnicos do Recovery Team segue de van nesta noite para Florianópolis, para realizar a operação de retirada da aeronave da pista. A previsão inicial é que o A321 seja removido entre quinta-feira (13) e sexta-feira (14).


Nesta etapa do incidente, podemos destacar que a aeronave já tenha sido avaliada pela equipe de investigação do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes) e possivelmente por um profissional da área de seguros para avaliar os danos e os consequentes custos.

Técnicos ouvidos pelo blog informaram que, pelo fato de o trem de pouso dianteiro estar numa área de barro e lama e o trem de pouso direito estar dentro de um buraco no asfalto, a operação de Recovery não será tão simples.

O A321 terá que receber rodas e pneus novos assim que for levantado, seja através dos macacos de asa, seja por equipamentos chamados de "Lift Bags", colchões pneumáticos, que são projetados para levantar aeronaves de qualquer tamanho até a altura de 7 metros em cenários de recuperação de aeronaves acidentadas.

Com o buraco aberto no asfalto adjacente à pista principal, a equipe de Recovery deverá tapar a cavidade ou usar uma chapa de metal para dar tração às rodas. E utilizar um tapete de kevlar entre o trem de nariz e a pista de pouso para permitir o deslocamento da aeronave. Esse tapete é chamado de “Trakmat”, que fornece capacidades de carga suficientes para todos os tamanhos de aeronaves em solo macio, como terra, gramado e mangue, por exemplo.

Outro fator que chama atenção dos técnicos é que o A321 tem asas mais altas que de modelos como o A320 e o Boeing 737, mais utilizados em voos domésticos. Além disso, o peso da aeronave — algo em torno de 50 toneladas — é outro fator a ser estudado antes do início do resgate.

Uma série de possibilidades será analisada pela equipe de investigação, como o ponto de toque na pista durante o pouso, condições dos freios e de sistemas auxiliares, como o reverso do A321.

Uma hipótese não descartada é que a aeronave possa ter sofrido um estouro no pneu do trem de pouso direito e, além disso, uma aquaplanagem, ou seja, derrapado durante a operação de pouso, quando chuva e ventos intensos atingiam a pista.

Os fatores contribuintes serão informados — sem prazo determinado — por meio da investigação do Cenipa. 

Cerca de 60 voos foram cancelados por conta do incidente em Florianópolis. Algumas companhias que operam em Florianópolis anunciaram um plano para remarcação de bilhetes sem custo adicional aos passageiros.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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