Bioinsumos e inovação transformam o campo
Liderança feminina e tecnologias sustentáveis impulsionam a produção rural

O agronegócio brasileiro vive em constante transformação.
E, em se tratando de produtos biológicos, conhecidos como bioinsumos, estão ajudando produtores a reduzir fertilizantes e agrotóxicos, aumentar a produtividade e adotar práticas mais sustentáveis.
O Mundo Agro esteve na 10ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) e conversou sobre bioinsumos e liderança feminina com Josi Andrade, Diretora de Originação da Cargill para Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Com 17 anos de experiência na empresa, Josi compartilha insights sobre o uso de bioinsumos, os desafios e oportunidades para o produtor rural e a crescente participação das mulheres na gestão e sucessão familiar.
Mundo Agro: O que são os bioinsumos e como a Cargill trabalha nesse segmento?
Josi Andrade: O bioinsumo é uma prática sustentável no agronegócio. São produtos biológicos que se introduzem nas lavouras, contribuindo para o uso menor de fertilizantes e agrotóxicos. Isso melhora a rentabilidade, otimiza o uso do solo e traz benefícios ambientais. Na Cargill, incentivamos esse uso para um futuro melhor, além de atender à demanda do cliente final, que quer saber de onde vem o produto e como ele é produzido. Essa prática está se consolidando e, futuramente, acreditamos que será cada vez mais comum, especialmente considerando os custos de manejo que impactam a rentabilidade do produtor.
Mundo Agro: Isso está dentro da agricultura regenerativa?
Josi Andrade: Sim, é parte do manejo geral. Hoje, essa tecnologia alcança várias culturas em todas as lavouras.
Mundo Agro: Existe alguma barreira ou desafio para os agricultores, pequenos ou médios?
Josi Andrade: O maior desafio é o conhecimento. Por ser algo biológico, alguns produtos têm efeito em prazo maior. Então, é necessário apostar nesse mercado e olhar para o futuro.
Mundo Agro: Quando você fala “olhar para o futuro”, isso já começou a se consolidar?
Josi Andrade: Sim, já começou.
Mundo Agro: E sobre liderança feminina, como tem sido sua experiência na Cargill?
Josi Andrade: Foi a melhor decisão da minha vida. Estou há 17 anos na Cargill, passando por diversos cargos que historicamente não eram ocupados por mulheres. Hoje, sou a primeira mulher regional de originação da América do Sul. A Cargill incentiva muito a liderança feminina, e vemos cada vez mais mulheres buscando quebrar paradigmas. O Congresso Nacional das Mulheres do Agro, por exemplo, tem contribuído para esse desenvolvimento, trazendo mais conhecimento técnico e profissionalização.
Mundo Agro: A participação das mulheres na sucessão familiar também tem crescido?
Josi Andrade: Sim, vemos muitas filhas assumindo a liderança dos negócios familiares. É um caminho sem volta.
Mundo Agro: Se você pudesse definir bioinsumo em uma palavra, qual seria?
Josi Andrade: Inovação. Sustentabilidade.
Mundo Agro: Qual é a sua área de atuação na Cargill?
Josi Andrade: Sou regional de originação no Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, responsável pelo time comercial. Atuamos na originação de grãos, especialmente milho, e na venda de insumos. Com bioinsumos, possuímos parceiros e oferecemos recursos financeiros para que o produtor consiga produzir de forma sustentável.
Mundo Agro: E quanto à liderança feminina entre seus clientes, quantas mulheres estão à frente das lavouras?
Josi Andrade: Hoje, o percentual ainda é baixo, cerca de 15%, mas a presença de filhas e esposas nos negócios vem aumentando, mesmo que não estejam à frente da comercialização de grãos.
Mundo Agro: Podemos falar sobre perspectivas de negócios para 2025?
Josi Andrade: Sim. Em algumas regiões, como Mato Grosso do Sul, tivemos quebras de safra consecutivas, mas, de maneira geral, 2025 foi positivo. Para 2026, ainda não sabemos como o clima vai impactar, mas a produção tende a ser recorde. A rentabilidade do produtor segue dentro da média, ainda que não nos níveis recordes de 2021 e 2022.
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