Cartilha inédita orienta produtores rurais na integração entre agricultura e conservação da Mata Atlântica
Publicação reúne 110 espécies nativas e mostra como unir produtividade, recuperação florestal e sustentabilidade no campo
Uma nova cartilha lançada pela Associação Ambientalista Copaíba, em parceria com o WWF-Brasil e a Sylvamo, pretende aproximar a produção rural da conservação da Mata Atlântica.
Intitulada “Árvores nativas da Mata Atlântica: sustentabilidade e utilização na propriedade rural”, a publicação apresenta 110 espécies nativas com informações sobre seu uso em sistemas produtivos e de restauração florestal.
O guia foi desenvolvido para auxiliar agricultores e comunidades locais na adoção de práticas que conciliem produtividade e conservação ambiental. Cada espécie é descrita com suas características ecológicas e potenciais de aplicação, especialmente em Sistemas Agroflorestais (SAFs) e projetos de recuperação de áreas degradadas.
“A cartilha representa um passo importante para aproximar o produtor rural das soluções baseadas na natureza. Ao facilitar o acesso a informações sobre espécies nativas e seus usos, reforçamos que é possível produzir de forma sustentável e, ao mesmo tempo, recuperar a biodiversidade e os mananciais da Mata Atlântica”, afirmou Flávia Balderi, secretária-executiva da Associação Ambientalista Copaíba.
O material está disponível gratuitamente no site copaiba.org.br/arvores-nativas-da-mata-atlantica.
A iniciativa integra o Programa Raízes do Mogi Guaçu, uma cooperação entre WWF-Brasil e Sylvamo com implementação da Copaíba. Criado para restaurar a Mata Atlântica e proteger mananciais na bacia do rio Mogi Guaçu, o programa já contabiliza mais de 340 hectares de florestas restauradas até abril de 2025, na região da Serra da Mantiqueira.
Com 26 anos de atuação, a Copaíba é referência na produção de mudas nativas, na execução de plantios ecológicos e no engajamento de produtores rurais em ações de restauração. A nova cartilha amplia esse trabalho ao disponibilizar conhecimento técnico de forma acessível e prática.
Além de orientar o manejo, a publicação reforça os benefícios ecológicos e econômicos das árvores nativas, que contribuem para a melhoria do solo, proteção de nascentes, regulação climática e geração de renda com produtos como frutos, madeiras de manejo e óleos essenciais.
“Investir na restauração e no plantio de árvores nativas é essencial para garantir um futuro sustentável, promovendo a recuperação dos ecossistemas e a valorização dos serviços ambientais que essas espécies oferecem”, completou Flávia.
Criada em 1999, a Copaíba atua em 19 municípios do leste paulista e sul de Minas Gerais, já produziu mais de 4 milhões de mudas e restaurou mais de 700 hectares de florestas nativas. A organização é reconhecida por unir técnica, educação ambiental e mobilização comunitária na defesa da Mata Atlântica — um dos biomas mais ameaçados do Brasil.
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