Etanol ou gasolina? O que você escolhe para abastecer o seu tanque e o por quê?

A maior parte dos veículos leves que rodam hoje são flex, mas sempre observo nos postos de combustíveis a preferência pela gasolina. A justificativa é quase sempre a mesma: o rendimento e o desempenho na cidade ou na estrada com gasolina são melhores do que com etanol.

Eu também pensava assim até mergulhar nos números da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) para fundamentar minha pesquisa sobre biocombustíveis. Incentivar o uso de etanol é apostar em um futuro melhor para as próximas gerações e, ao mesmo tempo, movimentar a economia do agronegócio.

De 2003, ano do lançamento dos carros flex, até dezembro de 2023, o uso de etanol evitou que mais de 660 milhões de toneladas de CO₂ fossem lançadas na atmosfera, segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia). O Brasil produz etanol de cana-de-açúcar e milho.

As usinas associadas à UNICA são responsáveis por mais de 54% da produção nacional de cana, 60% da produção de etanol – sendo mais de 85% do etanol de milho –, 54% da produção de açúcar e quase 79% da bioeletricidade ofertada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Além de reduzir a poluição, a produção de etanol representa preservação ambiental. O programa Renovabio, uma Política Nacional de Biocombustíveis, estimula a substituição de combustíveis fósseis por renováveis e prevê desmatamento zero.

Segundo o levantamento mais recente da EPE, o consumo de energia no setor de transportes em 2023 aumentou 4,4% em relação a 2022. Os destaques foram:

• Biodiesel: aumento de 19,2%
• Gasolina: aumento de 6,9%
• Etanol (anidro + hidratado): aumento de 6,3%

No mercado de veículos leves, o etanol perdeu participação para a gasolina automotiva, representando 38% do consumo em 2023, contra 39% em 2022. Apesar disso, o consumo total de etanol no Brasil alcançou 32,1 milhões de metros cúbicos, um aumento de 5,4% em relação a 2022.

Em termos de emissões, a matriz energética brasileira gerou 428 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (Mt CO₂-eq) em 2023, sendo o setor de transportes responsável pela maior parcela (217 Mt CO₂-eq). Por habitante, cada brasileiro emitiu, em média, 2,0 toneladas de CO₂-eq. Para efeito de comparação, dados da Agência Internacional de Energia (IEA) de 2021 mostram que cada brasileiro emitiu o equivalente a:

• 14,5% do que um americano
• 36% do que um europeu da OCDE
• 26,2% do que um chinês

Campanhas de conscientização sobre a emissão de gases poluentes, a importância do uso de etanol nos veículos e o investimento em carros elétricos são fundamentais para garantir um futuro melhor.

Uma iniciativa interessante que conheci foi da Movida, uma empresa de aluguel de veículos. Eles incentivam que os clientes abasteçam com etanol e desenvolveram o projeto Carbon Free. A maior parte da frota da empresa (93%) é composta por veículos flex.

Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), a Movida fez uma parceria com a Black Jaguar Foundation, apoiando um programa de reflorestamento no Corredor de Biodiversidade do Rio Araguaia. O corredor abrange 112 municípios em seis estados, em uma área de 10,8 milhões de hectares, que inclui os biomas Amazônia e Cerrado.

Ao alugar um veículo, você pode participar do projeto. A emissão de CO₂ é calculada e convertida em árvores plantadas. Até agora, já foram plantadas 257.792 mudas, neutralizando 38.222 toneladas de CO₂.

Neste fim de ano, aluguei novamente com a Movida. Passei 41 dias com um Toyota Yaris XL 1.5 automático (ano 2024/2025), percorrendo mais de 2 mil quilômetros entre São Paulo, Capital e Itu, interior do Estado. Abasteci exclusivamente com etanol. Com meio tanque, rodei 180 km diariamente, gastando em média R$ 67 para completar o abastecimento total. E o melhor: ajudei a plantar mais árvores no projeto da Black Jaguar Foundation. Assim que eu descobrir quantas mudas eu ajudarei a plantar eu conto no @mundoagro_por_fabigennarini ...Aproveita e já me segue lá.

Além disso, descobri o Eco Mode, presente nos veículos da Toyota, que ajuda na resposta do acelerador e o desempenho do ar-condicionado, economizando combustível e contribuindo para o meio ambiente.

Ainda não tive a oportunidade de experimentar um carro híbrido ou elétrico, mas tenho certeza de que, além de economizar dinheiro, eles ajudarão a preservar o futuro das próximas gerações.

E você? Procura empresas que inovam com ações sustentáveis ou ainda não se preocupa com isso? Conheça mais sobre as iniciativas da Movida.

Ah, antes que me perguntem: isso não foi um convite deles. Sempre escolho essa empresa quando preciso alugar um carro.

Depois do meu relato, vai mudar para o etanol ou continuar com a gasolina? O meio ambiente agradece – e as próximas gerações também.