Mosca-dos-chifres exige manejo estratégico para proteger gado e produtividade

A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) é um dos ectoparasitas mais desafiadores para a pecuária brasileira, causando prejuízos econômicos bilionários e afetando o bem-estar do gado.

Para entender melhor os impactos desse parasita e as estratégias de manejo mais eficazes, o Mundo Agro conversou com Elio Moro, Gerente de Serviços Técnicos da Zoetis Brasil, que explica desde o período de maior incidência até soluções inovadoras, como os brincos mosquicidas TOP TAG 180, e dá dicas de boas práticas para controlar a infestação de forma sustentável.

Mundo Agro: O que é a mosca-dos-chifres e em qual período ela aparece? O que favorece o aparecimento dela?

Elio Moro: A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) é um dos principais ectoparasitas que atacam o gado no Brasil. Ela se alimenta do sangue dos bovinos, causando irritação constante e prejudicando o bem-estar e o desempenho dos animais. Sua incidência é mais alta entre os meses de outubro e março, período que coincide com as chuvas e as temperaturas elevadas, especialmente nas regiões de clima tropical. A combinação de calor e umidade cria condições ideais para sua reprodução e proliferação, aumentando o risco de infestação e prejuízos ao rebanho.

Mundo Agro: Quais são os principais impactos econômicos e produtivos causados pela mosca-dos-chifres?

Elio Moro: Os prejuízos provocados pela mosca-dos-chifres ultrapassam US$ 2,5 bilhões ao ano na pecuária brasileira. Esses prejuízos são traduzidos por redução no ganho de peso dos animais, menor produção de leite, couro de baixa qualidade — bovinos infestados podem ganhar até 20 kg a menos em apenas 150 dias.

Mundo Agro: Qual é a importância do manejo preventivo no controle da mosca-dos-chifres e como ele influencia o bem-estar animal e a sustentabilidade da pecuária?

Elio Moro: O manejo preventivo é essencial para evitar que a infestação atinja níveis críticos. Ao iniciar o controle logo no começo da estação de maior incidência, o produtor reduz significativamente o número de parasitas e os impactos produtivos. Essa abordagem favorece o bem-estar animal, pois diminui o incômodo e o estresse, permitindo que os bovinos tenham melhor tempo de pastejo, maior conversão alimentar e desempenho superior. Além disso, contribui para uma pecuária mais sustentável, ao promover o uso racional de produtos e o equilíbrio ambiental no controle de parasitas.

Mundo Agro: Como funciona o uso de brincos mosquicidas e quais os diferenciais do TOP TAG 180?

Elio Moro: Os brincos mosquicidas são uma solução prática e eficiente para o controle da mosca-dos-chifres. Eles liberam, de forma contínua, o princípio ativo que protege o animal durante longos períodos. O TOP TAG 180, da Zoetis, se destaca por oferecer proteção por até 180 dias e conter maior concentração de diazinon, o que potencializa sua eficácia. Além disso, possui carência zero para carne e leite, permitindo o uso durante toda a estação das águas, sem riscos à segurança alimentar nem à produtividade.

Mundo Agro: Quais boas práticas de manejo podem potencializar o controle químico e reduzir resistências?

Elio Moro: Entre as principais boas práticas estão:

• Monitorar regularmente a infestação, identificando o momento ideal para aplicação dos produtos;
• Aplicar o produto de forma correta, na dose correta, respeitando as orientações técnicas;
• No caso de brincos retirar os mesmos dos animais assim que vencer o prazo de uso;
• Integrar estratégias de controle químico e biológico, fortalecendo a eficiência e a sustentabilidade do manejo.
• E, por fim, consultar sempre um médico-veterinário, que poderá orientar o melhor protocolo de controle e prevenção de acordo com as características e necessidades de cada propriedade.

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