O legado que transforma o campo

“Neste dia 5 de dezembro, celebramos 120 anos de história — uma trajetória que começa com inovação. A Yara nasceu quando cientistas descobriram como capturar o nitrogênio do ar e transformá-lo em fertilizante usando energia hidrelétrica, muito antes do uso de gás natural”, afirmou Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil, durante encontro com jornalistas do setor.

Ele destacou que a companhia surgiu produzindo o que hoje se chama de amônia verde.

“Nosso primeiro processo produtivo já era renovável. Era amônia verde, produzida com energia limpa da Noruega. Décadas depois, veio a tecnologia do gás natural, mas nossa essência continua sendo inovar para reduzir impacto ambiental”, ponderou Altieri.

No Dia Mundial do Solo — e no mesmo momento em que a empresa celebra seus 120 anos — pude conhecer as iniciativas em desenvolvimento de novos produtos para redução de emissões e as parcerias com outras empresas, como a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé).

“Hoje já é possível produzir café com até 66% menos emissões. A relação com a Cooxupé é fundamental para expandirmos práticas sustentáveis na cafeicultura. Quando cooperativas desse porte adotam tecnologias de redução de emissões, o efeito se multiplica rapidamente no campo”, concluiu Altieri.

Nos últimos dez anos, a Yara ampliou em 60% a participação dos fertilizantes de alta tecnologia e baixo carbono da linha Yara Climate Choice.

No caso da cultura da batata, a redução de emissões já chega a 40%. Aqui no blog, já escrevi sobre esse tema na matéria … Novo modelo de produção promete reduzir até 40% das emissões na batata para chips – Noticias R7

O presidente também rebateu a percepção de aumento de custos na cadeia produtiva.

“Existe a percepção de que descarbonizar encarece a produção, mas o impacto no custo final dos alimentos varia entre 1% e 3%. Quando pensamos que apenas 5% do valor de uma xícara de café chega ao produtor, fica claro que não é o agricultor quem deve pagar essa conta”, explicou Altieri.

O consumo brasileiro de fertilizantes em 2025 deve ficar entre 46 e 46,5 milhões de toneladas. E, a projeção para 2026, é de crescimento de 4% a 5%, com expansão da linha de baixo carbono para culturas como milho, cevada e cana.

É inovação, tecnologia e ciência — muita ciência — para não só deixar o solo mais fértil, mas regenerar o solo que sustenta a produção de alimentos no mundo.

Eu tive a honra de conversar por alguns minutos com o presidente para duas perguntas exclusivas do nosso Blog.

Mundo Agro: Diante desse legado de 120 anos, o que esperar dos próximos anos? Com tanta inovação e pesquisa científica no Brasil e no mundo, qual é o futuro da Yara?

Marcelo Altieri: É uma pergunta linda essa. Eu gosto de receber essa pergunta, porque são 120 anos de muito esforço, mas de muita contribuição para a agricultura. Muita contribuição de conhecimento. Nosso slogan fala Knowledge Grows — o conhecimento cresce. Então, conseguir desenvolver por mais de 120 anos práticas que ajudem a produzir mais alimentos com menor impacto, e até agora com um impacto positivo para a natureza, é nosso propósito, é o que nós queremos.

Nós olhamos para trás com muito orgulho, mas também olhamos para frente com muita responsabilidade. E dentro dessa responsabilidade está focar nosso desenvolvimento em produtos que consigam ter um impacto positivo para a natureza.

É conseguir não deixar os sistemas iguais — deixar os sistemas alimentares melhores. O sistema alimentar se alavanca em 20 centímetros de solo, e nós queremos que esses 20 centímetros de solo sejam preservados e melhorados, através de uma melhor saúde do solo, de uma melhor biodiversidade do solo, de uma melhor matriz nutricional para as plantas.

Então, contribuir e focar todos os nossos investimentos e desenvolvimentos em melhores produtos, melhores práticas agrícolas, que ajudem a ter uma cadeia de alimentos mais descarbonizada, com menor impacto ambiental. Um impacto que consigamos reverter e devolver para o planeta tudo o que tiramos.

Mundo Agro: O Senhor comentou que hoje já não basta ser sustentável. Agora é preciso regenerar. Então, em uma palavra, o que a Yara representa para o Senhor?

Marcelo Altieri: Uma palavra? Nossa... É uma empresa com propósito. É uma empresa que, como falamos, queremos cultivar um futuro que seja positivo. É implementar nosso propósito de cultivar um futuro alimentar positivo para a natureza. É ter o propósito de deixar melhor.

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