Conheça a vinícola onde o vinho amadurece ao som da música clássica
Em Lajeado (RS), a Cantina Vinallegro transforma tradição, arte e emoção em rótulos que celebram a alegria de viver
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Uma vinícola diferente. Onde o vinho é produzido ao som de música clássica. Lá, cada garrafa amadurece — e cada rótulo homenageia o ritmo e a alegria da vida. Assim é a Cantina Vinallegro, em Lajeado (RS), mais uma história emocionante de um descendente italiano que mantém viva a tradição de uma das bebidas mais apreciadas do mundo.
Nascido em Nova Bréscia, filho de viticultores e herdeiro de uma tradição familiar, José Zambiasi cresceu entre vinhedos e o aroma dos vinhos coloniais produzidos pelos pais.
Depois de muitos anos trabalhando fora do Rio Grande do Sul, decidiu voltar às origens e fundar, em Lajeado, uma vinícola com produção artesanal, limitada e cheia de significado.
Encontrar com ele e sua esposa em Passo Fundo, durante o lançamento da plataforma Farm Connection, foi uma grata surpresa.
Nesta entrevista ao Blog Mundo Agro, Zambiasi contou como uniu tradição, estudo e emoção para transformar o vinho em sua verdadeira arte.
E, claro, saí de lá com duas garrafas do Allegro — que me encantaram pela leveza e harmonia — e com o Maestoso, um vermute tinto perfeito para acompanhar bons petiscos.
Ah, e vale destacar: a Cantina Vinallegro foi premiada na Brasil Wine Cup, um dos concursos de vinho mais respeitados do país, conquistando o título de Vinícola do Ano, além de duas medalhas — Ouro e Bronze — com seus rótulos de destaque.

Mundo Agro: Zambiasi, italiano?
José Zambiasi: Italiano! Tutta buona gente! Nasci no interior de Nova Bréscia. Foi lá, com meus pais, que aprendi a mexer nos vinhedos e a fazer vinho.
Mundo Agro: E como surgiu a Vinallegro?
José Zambiasi: Depois de uma longa história de vida. Hoje estou na Farm Connection, apresentando nossos vinhos e participando dessa proposta maravilhosa. Minha história começou com meu pai, que fazia vinhos coloniais. Eu o ajudava desde pequeno e, aos 19 ou 20 anos, já entendia um pouco mais do processo.
Quando me casei, aos 22, fui morar em São Paulo. Trabalhei por lá em churrascarias — sou de Nova Bréscia, a terra do churrasqueiro, então estava em casa! Em 2009, voltei para o Rio Grande do Sul e, em 2013, um amigo me visitou e me incentivou a voltar a fazer vinho. No ano seguinte, 2014, produzimos nosso primeiro rótulo em Lajeado.
Mundo Agro: E o nome “Vinallegro”?
José Zambiasi: Um amigo disse: “se tem vinho, precisa de um rótulo”. Aí nasceu a Vinallegro — “Vina”, de vinho, e “Allegro”, de alegria. O nome também remete à música. Por isso, chamamos nossa vinícola de “vinícola musical”. Lá, toca música clássica 24 horas por dia. Os vinhos amadurecem ao som da música, num ambiente de harmonia.
Mundo Agro: Quantos vinhos você produz e qual o volume anual?
José Zambiasi: Temos cerca de 15 rótulos — Merlot, Cabernet, Tannat, Syrah, Malbec, Sauvignon Blanc, Vermentino, Guete, Chardonnay, entre outros. Somos uma nanovinícola: produzimos entre 5 e 7 mil garrafas por ano, tudo artesanal, com muito cuidado. Nosso objetivo nunca foi ser grandes — é ser bons.
Mundo Agro: Qual é o maior desafio de um pequeno produtor?
José Zambiasi: Vender o vinho. Produzir é prazeroso, mas vender é o grande desafio. Eu não sou um vendedor nato, então estou aprendendo. A plataforma Produtores Gaúchos tem sido uma grande aliada, ajudando a divulgar e conectar nossos produtos a novos clientes.
Mundo Agro: O que o vinho representa para você?
José Zambiasi: É difícil dizer em uma palavra só. O vinho é união — de técnica, de pessoas, de emoção. É algo sagrado. Quem abre uma garrafa busca prazer, não apenas bebida. Quer saber de onde ele vem, quem o fez. Isso é o que torna o vinho especial.
Mundo Agro: Tem um vinho preferido?
José Zambiasi: Gosto de todos, mas o que está em melhor fase é o Due, um corte de Merlot de duas regiões — Serra Gaúcha e Campanha. Esse contraste de terroirs dá um resultado muito interessante.
Mundo Agro: As mudanças climáticas têm afetado a produção?
José Zambiasi: O clima sempre foi desafiador. O produtor precisa se adaptar. As intempéries fazem parte da natureza — temos que entender, respeitar e continuar.
Mundo Agro: Parabéns pelo trabalho e pelo vinho!
José Zambiasi: Obrigado! Nosso propósito é seguir evoluindo, aprendendo e levando alegria — em forma de vinho — a quem acredita no que fazemos.
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