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As diferenças entre Luxemburgo, Diniz e Tiago Nunes

Só após a vitória sobre o Corinthians, na última quinta-feira (10), Luxemburgo pôde acumular algumas semanas (ou dias?) de maior tranquilidade

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Luxemburgo abraça Nunes
Luxemburgo abraça Nunes

Todos eles já foram alvos de protestos dos torcedores. Nesta ciranda de exigência irracional que é o futebol brasileiro, Vanderlei Luxemburgo, Tiago Nunes e Fernando Diniz vivem na berlinda.

Às vezes, uma vitória por 1 a 0 não é suficiente para tranquilizá-los no cargo, como aconteceu com Luxemburgo, após a vitória sobre o Athletico-PR. Descontentes, os torcedores reclamaram, no aeroporto, da atuação do time.

Os três se encontram em situação semelhante. Assumiram elencos dos quais não participaram da montagem e os foram moldando de acordo com a circunstâncias.

Só após a vitória sobre o Corinthians, por 2 a 0, na última quinta-feira (10), Luxemburgo pôde acumular algumas semanas (ou dias?) de maior tranquilidade. E, com a calmaria, veio à tona seu real papel dentro do grupo.


Deixando de lado a balbúrdia dos dirigentes, as cobranças excessivas dos torcedores, a pressão da mídia, os dogmas de que ele está ultrapassado, pode-se perceber que Luxemburgo, no Palmeiras, tem utilizado o seu conhecimento acumulado no futebol e, de certa maneira, vem dando uma "aula" de como se treinar uma equipe.

Ele parece ter voltado a se ater apenas ao futebol, sem se preocupar com aspectos administrativos e controlando a própria vaidade. E, aos 68 anos, tem utilizado uma receita aprendida ao longo dos anos: mesclar flexibilidade com convicção.


Assim como Nunes e Diniz, Luxemburgo também tem encontrado dificuldades para chegar a uma escalação ideal. Mas tem lidado melhor com essa situação e aprendido a não se apegar tanto a uma ou outra formação.

Como resultado, ele tem se permitido testar. Utiliza com maestria as alterações.


Contra o Athletico-PR, o Bragantino e o Corinthians, por exemplo, suas alterações deram certo e quem entrou fez o gol da vitória.

Já na primeira partida pela final do Paulista, diante do Corinthians, ele soube recuperar o controle do jogo no segundo tempo e, de acordo com o seu interesse, travou a partida, mantendo maior posse de bola. Uma das soluções foi colocar Raphael Veiga no lugar de Gabriel Menino.

A aposta nos jogadores vindos da base tem dado certo. Nem por isso ele deixou sua convicção de que, mesmo com toda a pressão da imprensa, Lucas Lima é um jogador de alto nível e precisa de uma sequência. Com ela, o meia palmeirense tem recuperado seu bom futebol.

Para quem afirma que Luxemburgo é ultrapassado, ele tem mostrado que sabe lidar com as características do futebol de hoje: monta uma equipe compacta, faz a moderna pressão no campo do adversário e busca a movimentação dos meio-campistas em sincronia com o avanço dos laterais.

Com menos experiência, Tiago Nunes, 40 anos, e Fernando Diniz, 46 anos, se deparam com as mesmas dificuldades de Luxemburgo, mas não estão encontrando tantas soluções. Diniz até que tem conseguido algum sucesso utilizando jovens da base.

Mas, como ele mesmo disse, o São Paulo ainda está estável, apesar de ter demonstrado crescimento. Nunes está com menos opções. Suas tentativas não têm surtido tanto efeito. Ele ainda não encaixou as peças no seu quebra-cabeça.

Cabe aos dois, neste momento, buscar um jeito de mesclar a convicção e a flexibilidade que Luxemburgo encontrou. Se os dirigentes conseguirem suportar a pressão. Para isso, é preciso tempo de trabalho. Não só no clube ou na temporada. Mas ao longo dos anos.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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