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Colômbia recebe cerca de 10 vezes mais venezuelanos que o Brasil

Entrada de refugiados tem sido, em geral, permitida em território colombiano, apesar do Exército atuar com pelo menos 2 mil homens na fronteira

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Fronteira na Colômbia tem milhares de venezuelanos
Fronteira na Colômbia tem milhares de venezuelanos Fronteira na Colômbia tem milhares de venezuelanos

Cerca de 45 mil venezuelanos atravessaram a fronteira brasileira e chegaram a Roraima nos últimos meses. A onda imigratória causou incômodo ao governo local, que vai entrar no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação para obrigar a União a fortalecer a fiscalização na fronteira com a Venezuela.

Até que isso aconteça, há um pedido para que a fronteira seja fechada temporariamente, feito pela governadora Suely Campos (PP-RR), dentro desta ação. O presidente Michel Temer, durante a Cúpula das Américas, no Peru, rechaçou a ideia e considerou o fechamento da fronteira "incogitável". 

Num contraponto à situação do Brasil, a Colômbia, com uma inflação um pouco mais alta do que a brasileira (cerca de 4% ao ano), também passa por dificuldades mas, mesmo assim, a entrada de imigrantes venezuelanos tem sido, em geral, permitida em seu território.

É verdade que forças do Exército atuam com pelo menos 2 mil homens na fronteira, para monitorar a entrada dos venezuelanos, rastreando os que forem suspeitos ou ilegais. Mas eles estão sendo recebidos em maior número na Colômbia. O próprio presidente colombiano, Juan Manuel Santos, declarou recentemente:

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— A entrada de venezuelanos tem de ser controlada, ordenada e dentro da legalidade.

A Colômbia, cuja população é de cerca de 49 milhões de pessoas (dados do Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais - Desa) tem se mostrado mais preparada do que o Brasil, com população de cerca de 213 milhões (segundo o Desa), para lidar com essa emergência, montando inclusive campos de refugiados, como o Centro de Serviços Temporários, nos arredores de Cúcuta.

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Entrada de venezuelanos na Colômbia cai 30% com controle mais rígido

No local, administrado pela Cruz Vermelha e pela OIM (Organização Internacional para as Migrações), são fornecidos comida e alojamento para 120 pessoas por pelo menos dois dias. O governo também vem promovendo capacitações e trabalhos de conscientização da população, para combater a xenofobia.

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Há um aspecto de solidariedade, devido a uma dívida de gratidão dos colombianos, que fez o governo colombiano permitir até agora a entrada de pelo menos 10 vezes mais refugiados venezuelanos, em comparação com o Brasil. Perto de 600 mil venezuelanos atravessaram a fronteira rumo à Colômbia nos últimos tempos, segundo o Departamento de Imigração da Colômbia.

O país, por mais problemas que tenha, se mantém aberto a esses imigrantes. É uma dívida de gratidão. Nos anos 80, quando passava por uma crise econômica e a Venezuela viva um período de desenvolvimento, o governo venezuelano da época permitiu a entrada de milhares de colombianos.

Mesmo com esse fenômeno existindo desde 2015, o Estado de Roraima não se adaptou e vive uma grave crise migratória e humanitária. Diariamente chegam a Roraima entre 500 e 700 venezuelanos, segundo a governadora, que fogem da crise de seu país, cuja inflação anual atingiu 700%.

Agentes da Força Nacional brasileira foram enviados à fronteira, para supervisiorar a entrada de imigrantes, principalmente pela rodovia BR-174, que liga os dois países.

Entretanto, a governadora parece considerar insuficiente o trabalho do governo federal, já que, em coletiva realizada nesta sexta-feira (13), em Brasília, ela alertou para as dificuldes que ainda não foram superadas.

— O Estado está já impactado, ele está sobrecarregado. Como é que (pode) o menor Estado da Federação, nós temos 520 mil habitantes, de repente ter um acréscimo de 10% da nossa população?

A Colômbia também se depara com problemas internos, como o aumento da venda de coca, diminuição dos lucros com petróleo, crescimento de gastos com o acordo de paz e desemprego, entre outros. Mas, apesar de tudo, tem condições de dar a resposta.

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