Corinthians também precisa encontrar um 'novo normal'
Virou lenda dizer que o corintiano quer apenas ver um time brigador; contra o Palmeiras, Corinthians sentiu mais falta de Cantillo do que rival de Dudu
Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7
O principal objetivo de Tiago Nunes ao assumir o Corinthians era fazer o time jogar um futebol solto e mais ofensivo. Para tanto, espelhando-se em grandes clubes da Europa, ele tentou mudar as características do meio-campo que, nos tempos de Fábio Carille, era muito carente de criatividade.
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Mesmo com o Corinthians não alcançando bons resultados no início do Paulista e na própria Libertadores, da qual foi eliminado na fase preliminar, era possível perceber que o time estava mais arejado. Tocava a bola com mais fluência. Graças, em grande parte, à presença do meia Cantillo, cuja principal característica é o toque de bola rápido e objetivo.
A ausência do jogador, infectado pelo coronavírus, no clássico contra o Palmeiras, no entanto, praticamente desmontou o sistema montado por Tiago Nunes. Antes da pandemia, o técnico teve de lidar com a ausência de Ramiro que, mais avançado, estava bem na posição, complementando as jogadas iniciadas de trás.
Agora, como se tivesse um cobertor curto, não pode contar com o colombiano Cantillo. Ramiro e até Luan, nesse sentido, se ressentiram da falta de alguém que iniciasse as jogadas. O volante Gabriel é mais marcador e Camacho não imprime tanta velocidade.
O Corinthians, então, voltou a ser aquele time pouco criativo, jogando por uma bola, dos tempos de Carille.
Já o Palmeiras, mesmo sem Dudu, que deixou o clube e vinha sendo o melhor jogador da equipe, tinha muitas outras alternativas para oferecer perigo ao Corinthians. E ofereceu. Chegou ao gol e finalizou. Só faltou acertar. Dudu, neste sentido, fez falta, mas nem tanto quanto Cantillo. Por uma questão de função.
O Corinthians venceu por 1 a 0 seguindo uma cartilha da qual o seu torcedor já se cansou.
Virou lenda dizer que o corintiano quer apenas ver um time brigador. Quer, além disso, ver o time jogar futebol e se impor.
A sua referência maior são times como o de Sócrates, de Rincón e da boa dupla Renato Augusto e Rodriguinho, que faziam a bola rodar.
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A falta de ritmo de jogo pesou e muito, é verdade. O Palmeiras, porém, também estava sem jogar e conseguiu mostrar uma estrutura.
Ficou claro que, para montar um sistema consistente, Tiago Nunes não poderá ficar na dependência de um ou outro jogador.
O conjunto tem de funcionar como um todo. E o próprio sistema, falar mais alto. O Corinthians também precisa encontrar um "novo normal".
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