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Eliminatórias iniciam com 'futebol-raiz' no lugar do 'futebol-negócio'

Justamente o fato de os jogadores já estarem realizados economicamente, realça ainda mais o vínculo deles com a seleção brasileira

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Neymar mostrou dedicação em campo
Neymar mostrou dedicação em campo

As redes sociais têm servido para disseminar muitas vezes ideias distorcidas, que aparentam uma realidade vinda dos ressentimentos de cada internauta "hater". Tanto ceticismo, disfarçado de verdade nua e crua, acaba ocultando situações positivas. Virou moda, por exemplo, dizer que os jogadores, por estarem milionários, não suam devidamente a camisa quando jogam pela seleção.

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É verdade que o comportamento do jogador brasileiro, de uma maneira geral, se mostra mais displicente, menos consciente do que o de outras nacionalidades, como o argentino, o croata ou o senegalês. Sempre há os negligentes, mas a parte não deve ser tomada como o todo.

A maioria dos craques ainda vê a seleção como o ápice de suas carreiras, a glória maior. Inclusive nestes tempos em que, atuando por times grandes, não precisariam vestir a camisa amarela para alcançarem a independência financeira.


Justamente este fato, o de já estarem realizados economicamente, realça ainda mais o vínculo deles com a seleção. Eles não estão lá para ganhar visibilidade e conquistar melhores contratos. Isso muitos deles já têm garantido no Real Madrid, no PSG e até mesmo nos clubes grandes do Brasil, como Flamengo ou Palmeiras.

Em outras épocas, o jogador vestia a camisa da seleção brasileira por amor e busca da glória, dentro de um mundo que não era globalizado e de um esporte que não era visto como negócio.


Agora há empresário contratando jogador antes mesmo que ele se profissionalize. Muitos ficam ricos sem nunca terem sido conhecidos no Brasil.

Os convocados, portanto, já têm o próprio "negócio", nem precisariam se expor na seleção, para ouvir as críticas daqueles que os acusam de mercenários. E até se desvalorizarem. Poderiam, simplesmente, não aceitar a convocação e seguir suas vidas.


Mas, por mais dificuldades que a seleção brasileira esteja encontrando nos últimos anos, o que se tem visto é algo que se viu nos dois jogos iniciais das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.

Um time aguerrido, que mostrou amor à camisa e, ao mesmo tempo, procurou agradar os torcedores com um futebol técnico e eficiente.

Ainda há muito a ser alcançado. As falhas, principalmente defensivas, apareceram. Mas, assim como os jogadores de todos os outros times participantes, não faltou garra e dedicação. O que fez as Eliminatórias começarem bem, com jogos disputados e bons de se assistir.

O público gosta de ver jogadores como Messi e Suárez dando tudo de si em campo, deixando de lado o conforto dos tapetes onde jogam na Europa para se embrenharem no futebol-raiz dos estádios sul-americanos.

Também Neymar jogou como se estivesse estreando no profissional. E, tirando qualquer rancor de lado, teve boas atuações.

Se você ganhasse mais de R$ 1 milhão por dia, com sua vida já garantida, não pensaria duas vezes antes de se expor e vestir a camisa de seu país sem nenhuma contrapartida financeira? Pegando, para isso, horas de voos desgastantes.

Essa dúvida não parece passar pela cabeça dos jogadores. Independentemente dos resultados ou das atuações. Sempre teve graça jogar e assistir a seleção brasileira. Muito antes das redes sociais.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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