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Entenda por que os estaduais ainda têm importância no futebol

Antonio Afif, um dos precursores da profissionalização do futebol no país, é um dos defensores deste tipo de campeonato, que ainda revela talentos

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Inter de Limeira tem mostrado competitividade
Inter de Limeira tem mostrado competitividade Inter de Limeira tem mostrado competitividade

No passado foram Leivinha (Linense), Luís Pereira (São Bento), Jorginho (Marília), Sócrates (Botafogo-SP) e Careca (Guarani) entre tantos outros. Atualmente, jogadores como Martinelli (Ituano) e Ivan (Ponte Preta) seguem fazendo do interior de São Paulo um celeiro de craques.

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Neste sentido, os campeonatos estaduais continuam sendo o principal desafogo para muitos clubes do interior dos estados. Ainda mais porque, nos últimos tempos, a duras penas, têm conseguido montar equipes competitivas, justamente para aproveitar o momento do ano mais importante para elas.

No restante do ano, as equipes que não estão nas divisões do Campeonato Brasileiro, acabam disputando competições deficitárias e de menor visibilidade, muitas vezes sem recursos para manutenção dos elencos.

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O Campeonato Paulista de 2020, por exemplo, tem apresentado uma série de times competitivos. Inter de Limeira, Ferroviária, Santo André, Mirassol e Bragantino, por exemplo, vêm oferecendo muita resistência aos chamados grandes, dando visibilidade a vários jogadores que estariam praticamente fora do mercado sem essa oportunidade, conforme avalia o especialista em gestão esportiva, Antonio Afif, um dos precursores da profissionalização do futebol brasileiro, com trabalhos em vários clubes.

"Querem acabar com os estaduais. Se isso ocorrer, você vai tirar a chance de todos esses jogadores, tirar algo que sempre foi tradicional no nosso futebol, que é o campeonato estadual. Tudo bem que as coisas mudam, o Rio-São Paulo, por exemplo acabou. Só que o estadual ainda é uma forma de movimentar vários clubes do interior que existem há muitos anos e, ao mesmo tempo, revelar novos jogadores", afirma o consultor.

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O fato de inovações serem sempre bem-vindas não significa que a tradição deve ser deixada de lado a todo instante, diz Afif, conhecido como um dos maiores especialistas em administração futebolística no País. 

"O estadual em São Paulo, por exemplo, sempre foi muito interessante, pela rivalidade, para os clubes chamados grandes, e pela possibilidade de revelar novos talentos, e ainda mantém o interesse do público e da mídia", completa o consultor, que também é economista e autor dos livros A Bola da Vez - O Marketing Esportivo como Estratégia de Sucesso e Futebol 100% Profissional, este lançado em parceria com o empresário José Carlos Brunoro.

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Além de revelar jogadores, este tipo de competição, por outro lado, também tem servido como um ponto de partida das equipes para o restante do ano, com a possibilidade destas fazerem uma pré-temporada de três semanas, período que é insuficiente, mas que já se aproxima do ideal, que é de um mês.

Para Afif, além das leis do mercado, seria importante uma regulamentação para que a disparidade entre os clubes não fosse tão grande. E cita a NBA (National Basketball Association), um exemplo de sucesso no centro do capitalismo mundial, os Estados Unidos. Mas até para o capitalismo as condições desiguais são prejudiciais.

"Um modelo perfeito seria um que seguisse a NBA, na qual o clube que acaba em último tem a primazia de contratar o melhor jogador do draft, vindo das universidades. Aqui no Brasil, a tendência é a de fortalecer cada vez mais os grandes, e os menores vão se enfraquecendo cada vez mais", ressalta.

Afif aponta que, para tanto, logicamente deveriam ser feitas adaptações às características do futebol brasileiro, principamente pelo fato de, diferentemente da NBA, haver acesso e descenso.

Mas, de uma maneira geral, com esse raciocínio, por exemplo, o atacante Michael, revelação do Brasileirão de 2019, iria para o Ceará, que terminou na 16ª colocação, em vez de, em 2020, reforçar o campeão Flamengo.

A tese de Afif é a de que o poderio financeiro não pode ser predador a ponto de se tornar excludente. O próprio futebol brasileiro tem sido vítima disso, em relação ao europeu.

A falta de uma maior regulamentação, ou de uma fiscalização rígida, tem permitido a ocorrência de um fenômeno que tem afetado o futebol do mundo inteiro: o da lavagem de dinheiro.

E que a própria Uefa tem tentado coibir, tendo punido na última semana, por exemplo, o Manchester City, com a exclusão da equipe das próximas duas temporadas europeias, por violação do fair play financeiro. Algo que, certamente, não é uma prática exclusiva do clube inglês.

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