Final olímpica contra a Espanha foi um teste que Tite queria ver
Treinador, que na sexta (13) convoca para os jogos das Eliminatórias, quer testar Brasil contra fortes seleções europeias
Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7
Ganhar uma medalha de ouro olímpica, a partir dos anos 80, se tornou uma conquista importante para o futebol brasileiro. Por ampliar o poderio futebolístico do País, até há cinco anos "restrito" aos cinco títulos mundiais.
Mas, além da glória do título, a atual seleção olímpica se tornou um alicerce para a renovação da seleção principal.
Muitos jogadores, como Nino, Diego Carlos, Guilherme Arana, Bruno Guimarães, Antony, Matheus Cunha e Malcom se tornaram opções, em alguns casos necessárias, para o time comandado por Tite. Eles estão pedindo passagem.
Tite deverá incluir alguns deles na próxima convocação, a ser anunciada na sexta-feira (13), para os jogos das Eliminatórias, contra o Chile, em Santiago, no dia 2 de setembro; contra a Argentina, na Neo Química Arena, e contra o Peru, dia 9, na Arena Pernambuco.
A dúvida em relação ao comportamento da seleção diante de um forte adversário da escola europeia tem sido um dos maiores dilemas de Tite.
O time olímpico deu instrumentos para o treinador da principal compreender melhor como uma seleção brasileira reagiria neste tipo de jogo.
Há enorme dificuldade, devido ao calendário europeu, do Brasil realizar amistosos com seleções do continente.
Com a atuação do time comandado por André Jardine, algo pôde ser melhor compreendido.
Contra a Espanha, na final da Olimpíada de 2020, o Brasil enfrentou um time maduro, bem ao estilo do melhor futebol europeu.
E já havia enfrentado, na primeira partida, a Alemanha, que, mesmo enfraquecida, tem uma camisa de peso.
Mas o grande teste foi contra a Espanha. E foi mais esclarecedor do que o da final olímpica de 2016, quando o Brasil também enfrentou a Alemanha, tendo de decidir nos pênaltis. Contra a Espanha, o Brasil soube vencer antes.
E venceu com méritos.
No início, a Espanha lembrava o Barcelona dos anos 10, com um toque de bola muito rápido, aproximação dos jogadores e sincronia na marcação, o que obrigou o Brasil muitas vezes a optar por bolas longas. Foi bem difícil.
Com a bola nos pés, a Espanha era insinuante. Pedri, pela esquerda do meio-campo, Zubimendi, no centro e Merino, na direita, davam grande volume de jogo à equipe, auxiliados pela movimentação do atacante Oyarzabal e de Asensio, este vindo em diagonal, desde a direita.
O Brasil foi aprendendo a lidar com a adversidade ainda dentro da própria partida. Richarlison e Matheus Cunha se revezaram mais nas idas e vindas ao ataque.
Claudinho se aproximou de Arana na busca de jogadas pela lateral. Antony contou mais com a ajuda de Daniel Alves, para furar o bloqueio pela esquerda.
A equipe equilibrou o jogo, criou algumas chances e fez o primeiro.
No segundo tempo, a Espanha voltou a surpreender, com Soler substituindo Merino, pela direita, e Bryan Gil entrando no lugar de Asensio, atuando como um meia-atacante. Chegou ao empate.
O Brasil, novamente, precisou encontrar soluções para superar a escola europeia. E, na prorrogação, com as entradas de Reinier no lugar de Claudinho e Malcom, no de Matheus Cunha, voltou a dominar as ações.
Ao ganhar na corrida de Vallejo, que substituíra o bom marcador Oscar Gil, Malcom entrou na área e fez o gol da vitória do Brasil, no segundo tempo da prorrogação.
Para Tite, foi importante ver que a seleção brasileira se comportou bem contra um time com seis jogadores que participaram da Eurocopa.
Em relação ao treinador André Jardine, com sua convicção, ele mostrou que nem sempre o técnico que não muda é incompetente. Ao manter Antony que, ao contrário do que diziam, estava inteiro, ele encontrou o caminho para a vitória.
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