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Neymar aproveita ano de pandemia para mudar postura fora de campo

Dentro de campo, quando pôde jogar, ele teve boas atuações e chegou até a ser especulado como um dos concorrentes ao prêmio de melhor do mundo

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7


Neymar tem o objetivo de ser o melhor do mundo
Neymar tem o objetivo de ser o melhor do mundo

O ano de pandemia foi mesmo um ano estranho. Um ano em que o futebol perdeu sua alma, jogado muitas vezes de forma mecânica, como uma tentativa de se seguir em frente e se esquecer dos dramas que assolavam a humanidade.

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O silêncio obrigatório parece ter feito Neymar, de 28 anos, buscar novas alternativas, diante dos adversários, dentro e fora de campo. As polêmicas nas redes sociais diminuíram e foram substituídas por uma polêmica de caráter construtivo: as causas sociais, antirracistas.

Além dos exerícios e dos treinamentos físicos, que o fortaleceram muito durante a quarentena em Mangaratiba, ele demonstrou ter exercitado a paciência. Precisou muito dela para lidar com as ausências coletivas, na longa paralisação por causa da pandemia, e as individuais, que continuaram a atormentá-lo, o tirando de jogos por causa de contusões e suspensões.


Nas vezes em que jogava, conseguiu produzir de tal maneira que chegou a ser especulado como o próximo ganhador do prêmio de Melhor do Mundo da Fifa. Foram poucas até a paralisação do futebol, em março.

Na seleção brasileira, por exemplo, ficou de fora das duas últimas partidas no ano. Mas, em seus dois jogos com a camisa do Brasil, teve grandes atuações, contra a Bolívia e contra o Peru, quando o Brasil venceu por 5 a 0 e 4 a 2 (três gols de Neymar).


Pela Ligue 1, o Campeonato Francês, foram cinco partidas em seis gols até a interrupção. O título acabou sendo concedido ao PSG. Foi sua terceira conquista do campeonato nacional desde sua chegada, em 2018.

Já na Champions, até a paralisação, ele já demonstrava que pretendia fazer do ano de 2020 o seu ponto de virada. Nas primeiras partidas do ano, fez gol contra o Borussia Dortmund, no jogo de ida (derrota do PSG) e de volta, quando sua equipe se recuperou e venceu.


Veio o intervalo forçado pela pandemia. E, na fase final, realizada em Lisboa e com um modelo de partida única, adaptada dentro do protocolo contra a covid-19, ele não marcou gols, mas teve atuações impecáveis, contra a Atalanta e contra o Leipzig, só não mostrando a mesma eficiência na final contra o Bayern.

Mesmo assim, não deixou de ser perigoso naquela partida, a primeira final de Champions disputada pela equipe francesa.

Nas férias após as finais, ele acabou sendo contagiado pelo novo coronavírus, juntamente com alguns amigos e seu filho.

Nova postura

Durante boa parte da sua carreira, Neymar foi muito criticado por não assumir posturas antirracistas, preferindo apenas expor um lado mais superficial da vida. Mas o ano de pandemia parece ter contribuído para ele ter uma nova postura.

A primeira manifestação antirracista ocorreu na partida contra o Olympique de Marselha, no dia 13 de setembro, quando ele foi expulso por agressão ao zagueiro espanhol Álvaro González, após discussão sobre a qual o brasileiro disse ter sido vítima de uma fala racista do adversário.

No fim, sem as acusações terem sido confirmadas pelo vídeo, ambos foram suspensos por duas partidas.

Mas a atitude de Neymar o encorajou a tomar outra mais contundente, quando, no dia 9 de dezembro, ele foi um dos que lideraram a paralisação do jogo entre PSG e Istanbul Basaksehir, pela primeira fase da Champions, após o quarto árbitro, Sebastian Coltescu, ter sido acusado de injúria racial contra camaronês Pierre Webó, membro da comissão técnica do Basaksehir.

"A gente tem que fazer isso. Fizemos muito bem. Foi o que deu na minha cabeça, foi o que eu deveria ter feito na primeira vez (contra o Marselha)" afirmou o brasileiro à Telefoot.

A atitude de Neymar, Mbappe e do atacante Demba Ba, do Basaksehir, seguiram a linha das manifestações dos esportistas americanos, principalmente da NBA e da NFL, que participaram ativamente do movimento "Black Lives Matter", em defesa da igualdade racial, após a morte de George Floyd, em 25 de maio, em Minneápolis, sufocado por um policial branco.

No dia seguinte, o jogo do PSG foi retomado, desde os 14 do primeiro tempo, e Neymar desequilibrou, marcando três gols na vitória por 5 a 1. Na atual temporada, ele tem seis gols pela Champions e três pela Ligue 1.

Novamente fora das últimas rodadas do Francês, por causa de uma entrada violenta de Thiago Mendes, do Lyon, Neymar volta as suas atenções para o próximo ano, já que neste, apesar de evoluir ainda mais tecnicamente, ficou apenas na nona colocação entre os melhores do mundo da Fifa.

Já no início, sua equipe terá um desafio e tanto: enfrentar o Barcelona, de Messi, que votou em Neymar como o melhor do mundo em 2020, pelas oitavas da Champions.

Um desafio que, se vencido, terá tudo para aproximar ainda mais Neymar de um de seus maiores sonhos: finalmente conquistar a Bola de Ouro, da Fifa. Quem sabe, novamente, com o voto e o aval de seu amigo Messi.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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