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Neymar está à frente de Messi nesta Copa América

Neymar sempre esteve à sombra de CR7 e Messi, mas sua atuação na Copa América poderia até levá-lo a ganhar o Bola de Ouro

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Neymar é destaque brasileiro
Neymar é destaque brasileiro Neymar é destaque brasileiro

A noite de segunda-feira, em Brasília, foi a mais memorável da história da Copa América. A vitória da Argentina, nos pênaltis, sobre a Colômbia, foi comemorada com um entusiasmo nunca visto para uma equipe que venceu a semifinal - e não a final. Os jogadores pareciam meninos torcedores, comemorando em um círculo de cantos e saltos eufóricos.

Entre eles Messi, que certamente, realizou a comemoração mais intensa de sua carreira. Ele realmente vem chamando a responsabilidade nesta Copa América, demonstrando uma concentração total em busca do título.

Tal postura fortaleceu o time da Argentina que, com problemas táticos e de criatividade, conseguiu ir crescendo durante a competição, ganhando consistência para chegar à final contra o Brasil, no próximo sábado (10), com o devido peso que cabe à Argentina.

A saga de Messi, porém, não é mais louvável do que a de Neymar na seleção brasileira. Neymar aceitou jogar a Copa América em meio à pandemia? Messi também.

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Há algum ranço na sociedade brasileira atual que insiste em desmerecer tudo que envolve a seleção do país.

Viraram chavões, ditos em qualquer esquina, nos balcões de bar, nos quais o Brasil já não produz grandes jogadores, e que os de hoje são uma porcaria, e que o único que joga é Neymar, mas ele não tem cabeça, afirmam.

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Como se Thiago Silva, Casemiro, Fred, Richarlison fossem nomes menores. Como se eles não fossem fundamentais nas grandes equipes europeias em que jogam.

Parecem frases prontas, que não mudam nunca, mesmo quando a situação já se modificou.

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Deve ser difícil para um jogador como Neymar viver à sombra de outros jogadores, ter seu talento reverenciado mas nem tanto, se acostumar a ver restrições imutáveis em torno de seu potencial. 

Neymar é acusado de ser irresponsável, de não se cuidar, de ser baladeiro. Mas, em campo, mostra um preparo físico impressionante, como o apresentado contra o Equador, quando o Brasil jogou com um a menos durante o segundo tempo inteiro e Neymar corria da defesa ao ataque carregando muitas vezes a bola com equilíbrio e criando jogadas de perigo.

Isso é impossível de acontecer com um jogador que não se cuida, que não treina devidamente.

Há claramente uma distorção nas análises que comparam Neymar a Messi e que sempre pendem para o jogador argentino.

Quando Messi dá um bom passe para um gol, ele volta a ser chamado de gênio.

Quando Neymar, marcado por três, dá um drible genial, passando a bola entre as pernas do adversário, e servindo o companheiro, ele fez apenas uma boa jogada.

Neymar sempre viveu à sombra de Cristiano Ronaldo e Messi.

Nunca foi permitido sequer um questionamento a respeito da possibilidade dele um dia a eles se igualar. Como se fosse um tabu. Como se um ser humano, qualquer um, estivesse fadado ao seu destino pétreo e implacável.

Ele deve estar cansado, aí sim bate o desgaste, de viver neste segundo plano, mesmo fazendo coisas impressionantes em campo.

Deve sentir um desgosto enorme em nunca ser devidamente reconhecido. Qualquer Lewandowski (outro bom jogador) é muito superior a ele, dizem...

Mesmo realizando excelentes campanhas com o PSG, que elevou por sua causa seu patamar e passou a ser visto como um grande na Europa.

Na Copa América, Neymar está um passo a frente de Messi, que também faz grande campanha.

Neymar tem tido atuações individuais melhores do que Messi. Mas, mesmo assim, fica atrás do argentino na maioria das análises.

Neymar foi decisivo em todos os jogos do Brasil, apesar de ter feito menos gols e dado menos assistências.

Mas se movimentou mais, driblou mais, finalizou mais, abriu mais espaços para os companheiros.

Deu passe de letra, deu drible de corpo, tabelou de letra. Embelezou sem enfeitar.

Chutou com as duas pernas, jogou de meia, de segundo volante, de atacante.

Recebeu muito, mas muito mais pancadas, sem que os árbitros, também anestesiados por esse estranho fenômeno depreciativo, tomassem uma atitude para coibir.

Há uma má vontade clara em relação a Neymar. Ele tem responsabilidade? Em parte sim. Mas não o suficiente para que isso praticamente anule qualquer possibilidade a seu favor.

É algo inerente à própria sociedade brasileira, que julga seus ídolos com uma rigidez que não tem para si. E a desigualdade? E a corrupção? E o jeitinho brasileiro?

Neymar está longe de ser perfeito. Mas o que ele faz de bom precisa ser devidamente valorizado.

Para o próprio Brasil começar a sair da sombra.

Com esta campanha na Copa América, Neymar poderia muito bem receber o título de melhor do mundo no final do ano. Ainda mais seu o Brasil for o campeão.

Por que não?

Ele pode ser considerado por alguns o melhor jogador de rua do mundo. Aquele que melhor se daria em peladas.

Mas não ousam colocá-lo como o melhor do futebol profissional.

Por quê, se é nas peladas que residem a essência do futebol?

Por causa de um ceticismo que, de certa maneira, o exclui.

Falar bem de Neymar não significa ser Pacheco. Assim como não é barra brava aquele que fala bem de Messi.

E ser permanentemente cético, muitas vezes, não significa ser justo. 

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