ANP oferta 100 blocos de petróleo que estão em cima de áreas sensíveis de corais
Segundo levantamento do R7 Planalto, locais estão em sobreposição com áreas listadas no Plano de Conservação de Ambientes Coralíneos

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) oferta 100 blocos de petróleo que estão em cima de áreas sensíveis de corais. De acordo com dados levantados pela organização ambiental Arayara, a pedido do R7 Planalto, essas regiões estão em sobreposição com áreas elencadas no PAN Corais (Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos).
O Plano de Conservação desses ambientes sensíveis foi renovado para uma segunda fase após atingir menos da metade das metas dentro do cronograma inicial entre 2016 e 2021, conforme mostrou a coluna no mês passado.
Gerente de Geociências da Arayara, George Mendes explica que a área que tem mais ocorrência de sobreposições é a “Talude continental superior (200-1500m)”, região que fica ao longo de toda a costa do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro.
Outro ponto com muitos blocos em cima dos corais, segundo George, é na área da “Cadeia Vitória-Trindade e nos bancos isolados ao largo do Royal Charlotte e nos recifes de Abrolhos”.
De acordo com um interlocutor do projeto PAN Corais, quando há coincidências de pontos de prospecção e corais, o Ibama pede que não seja perfurado em cima dos recifes e que os dutos submarinos desviem das áreas sensíveis.
Nesta fase de oferta dos blocos é como se eles estivessem sendo oferecidos em um mercado, prontos para serem vendidos no caso do interesse de exploração de alguma empresa.
George explica que no caso de interesse, é aberto um ciclo de leilão. “Todos os blocos com interesse vão para uma sessão pública onde são feitas as ofertas pelas empresas interessadas. Ganha quem paga mais”, detalha.
No entanto, mesmo com a “compra” do bloco, a empresa ainda precisa receber autorização ambiental para começar a estudar a área e explorar de fato a região.
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