COP30: governo vai anunciar R$ 112 milhões de recursos para cadeias produtivas sustentáveis
Programa é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O governo federal vai anunciar nos próximos dias, durante a COP30 em Belém, o investimento de R$ 112 milhões para cadeias produtivas sustentáveis. A medida foi antecipada para o R7 Planalto em entrevista exclusiva com a secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Júlia Cruz.
“É um programa que se chama COP Mais Produtiva. Ele vai ter um investimento de R$ 105 milhões do Fundo Amazônia e R$ 7 milhões do Sebrae. O programa vai integrar diversas pontas do que a gente tem como visão para a bioindustrialização no Brasil”, explica.
Júlia pontua que o Brasil tem cadeias produtivas sustentáveis, como o açaí e a castanha, por exemplo, e que a ideia é explorar esses produtos da biodiversidade brasileira, mas agregar valor e demanda.
“Existe uma necessidade de fortalecer a produção. Estive em uma cooperativa em Rondônia na semana passada e eles me falaram: ‘olha, o quanto a gente produzir de castanha, o mercado vai comprar’. Ou seja, a demanda já existe. Mas o que a gente quer é que essa produção não seja só extrativismo, mas que esse valor seja agregado aqui, no lugar disso acontecer fora do país”, pontuou.
Para isso, a Embrapa mapeou as cadeias produtivas de biodiversidade brasileiras e quais as necessidades tecnológicas para agregar valor aos produtos.
“A Embrapa fez todo um levantamento de qual que é o maquinário necessário para isso. E uma coisa legal é que muitas famílias já realizam modificações em alguns maquinários, o que a gente chama de ‘gambiarra’, mas, na verdade, é inovação industrial. Então, houve um trabalho também para identificar essas adaptações que são feitas nessa cadeia”, afirmou.
Agora, o próximo passo é efetivar a compra dessas máquinas para as cooperativas selecionadas pelo programa. “Mas não basta entregar o maquinário, há todo um acompanhamento feito. Por isso, temos o Sebrae, que contratou agentes de inovação locais, que conhecem os territórios, e que visitam as cooperativas para ensinar a usar o maquinário e acompanhar todo esse processo de implementação”, detalhou.
O piloto do programa já está acontecendo em três estados: Pará, Maranhão e Rondônia, com acompanhamento há quase um ano feito pelos agentes do Sebrae.
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Inclusão e sustentabilidade
Para Júlia, a industrialização sustentável tem que ser inclusiva. “As pessoas não vão se conformar com a pobreza, não é o espírito do brasileiro. Elas vão buscar se desenvolver e tem que fazer isso mesmo, é legítimo. O que o Brasil precisa é dar as condições para que elas façam isso de forma sustentável”, reforçou.
Por isso, além do primeiro programa, eles vão anunciar o Portal Impacta Mais Brasil, uma espécie de vitrine virtual para conectar investidores nacionais e internacionais a negócios de impacto socioambiental. O governo já recebeu 484 empreendimentos inscritos, sendo 334 com foco em negócios com soluções climáticas.
Júlia explica que o governo federal está com uma estratégia de fomento, baseada em direcionamento de recursos. “A gente já tem quatro estados que aderiram ao sistema [do portal] e lá na COP30 a gente vai anunciar mais quatro”, adiantou.
Os quatro já inscritos são: Pernambuco, Paraíba, Paraná e Pará. E os outros que serão anunciados durante a Conferência Climática, que começou nesta segunda (10), são Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará.
Uma terceira iniciativa, que deve ter o lançamento com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, é um plano de apoio para descarbonização das indústrias que mais emitem gás carbônico na atmosfera, conforme já antecipado pelo R7 Planalto na semana passada.
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