Ministério da Previdência alega insatisfação com fila do INSS e autarquia rebate
Segundo Instituto, apenas 32% da fila depende do órgão; o restante requer ações da Previdência e do DataPrev
R7 Planalto|Do R7

A crise entre o INSS e o Ministério da Previdência escalou para um novo patamar com a divulgação da fila de pessoas esperando pela liberação de seus benefícios, como BPC (Benefício de Prestação Continuada) e aposentadoria. A fila em outubro contava com 2,86 milhões de requerimentos aguardando análise.
Segundo interlocutores ouvidos pelo R7 Planalto, o ministério da Previdência estaria insatisfeito com a gestão de Gilberto Waller. A pasta coloca sobre ele a responsabilidade da fila ter batido recordes de espera este ano e ainda o acusa de ter estourado o orçamento do programa de redução de filas.
Vale lembrar que é uma promessa do governo Lula zerar a fila de espera por benefícios.
Fontes ouvidas pela coluna, ligadas ao INSS, no entanto, negaram a versão da Previdência. Eles ressaltaram que durante as férias, Gilberto conseguiu levantar R$ 63 milhões de recursos para o INSS com a Casa Civil.
Sobre a fila, segundo dados repassados para a reportagem, apenas 920 mil requerimentos são de responsabilidade da autarquia, ou seja, cerca de 32% da fila de espera.
Os outros 1,94 milhões — 68% da fila —, é por espera de perícia médica, que fica a cargo do Ministério da Previdência, ou de responsabilidade do DataPrev, que precisa realizar novo cálculo da renda familiar.
Conforme mostrado pelo R7 Planalto, há um mal-estar interno entre a número 2 do INSS, Lea Bressy, e o presidente da autarquia, Gilberto Waller. Seria de interesse de Lea assumir a presidência do INSS.
Na semana passada, em uma nova escalada de tensão, o presidente do Instituto pediu o afastamento dela do cargo de gestão. Ao que o ministro da Previdência respondeu com ofício pedindo justificativas para a medida.
O ministério avalia que não pode afastar um servidor apenas por suspeitas ou por alegações de um envolvimento próximo entre Lea e Alessandro Stefanutto, preso em operação da PF na última semana.
Posicionamento do Dataprev
Em nota nesta segunda-feira (24), o Dataprev, empresa pública de tecnologia do governo federal responsável pelo desenvolvimento, gestão e sustentação de soluções digitais que viabilizam o acesso da população brasileira a benefícios, direitos e programas de proteção social, negou que tenha parados sobre sua responsabilidade 660 mil solicitações.
“Não procede a informação de que 660 mil solicitações estejam sob responsabilidade da Dataprev, uma vez que sua atuação está restrita ao desenvolvimento e operação dos sistemas que suportam os processos do INSS; a análise dos requerimentos, bem como a aplicação das regras de negócio e a decisão quanto à concessão dos benefícios, competem exclusivamente ao cliente”, disse.
A empresa pública também afirmou que “cumpre rigorosamente os prazos e níveis de serviço estabelecidos em seus contratos e acordos operacionais, não sendo responsável pela composição ou formação de filas de requerimentos de benefícios, embora permaneça totalmente comprometida em contribuir, nos limites de sua atuação, para o enfrentamento e a mitigação desse cenário”.
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