Café em bar, pastel de feira e compra de votos: alerta necessário
As propagandas eleitorais não começaram oficialmente, mas já vemos indícios de ações políticas que visam apenas à popularidade
Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury
Falta menos de um ano para as próximas eleições, que ocorrerão nos dias 2 e 30 de outubro de 2022. Nessas datas, os brasileiros escolherão o próximo presidente do país, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais.
Mesmo antes de as propagandas eleitorais começarem oficialmente, no entanto, já vemos candidatos sendo acusados de querer comprar votos, como, por exemplo, o governador João Doria.
Eduardo Leite, concorrente nas prévias do PSDB, acusou o político na tarde de segunda-feira (22). "Nós vemos, sim, compra de votos, estamos vendo denúncias de pressões indevidas, suspensão de filiações, demissão de pessoas que não apoiam", disse.
Doria ainda não se manifestou sobre a acusação.
Realidade triste
Sendo verdade ou não, o fato é que a compra e venda de votos é uma realidade no Brasil, mesmo sendo um crime previsto na Lei das Eleições (nº 9.504/97 – artigo 41-A).
Alguns políticos, sabendo disso, acabam terceirizando esse tipo de ação e colocam pessoas para comprar votos no lugar deles. Enquanto isso, buscam se aproximar do povo por meio da imagem.
Normalmente, em tempo eleitoral, um fenômeno intrigante acontece: a internet bomba com fotos de candidatos comendo pastel de feira e tomando cafezinho no bar. Esses cliques, que muitas vezes os mostram desconfortáveis, têm se transformado em memes.
O povo está cansado
O voto continua sendo um importante instrumento de mudança política e social. Afinal, as ações de um político refletem na sociedade muito mais do que apenas nos quatro – ou oito – anos de um mandato. Elas têm efeito por décadas nos rumos da cidade, do estado ou do país.
Por isso, para assegurar que esses efeitos sejam benéficos para nós e nossos descendentes, é preciso entender que não é um pastel de feira ou um auxílio assistencial que garantirão o bom desempenho do país.
Aqueles que tentam comprar votos ou oferecem alguma vantagem em troca de apoio político certamente continuarão a promover a corrupção e outros crimes, caso sejam eleitos.
E essa realidade só vai mudar quando a população der um basta, se conscientizar, e o Estado exercer mais ações de fiscalização.
Não podemos fingir que não sabemos das coisas, muito menos nos anular nos processos eleitorais. Daqui a pouco, fotos populares de políticos invadirão a internet, além de discursos bonitos e de fácil entendimento. Mas tenhamos inteligência para escolher os candidatos pelo caráter, e não pela imagem. Pelo que fazem, e não pelo que falam ou prometem.
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