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Refletindo Sobre a Notícia

Novo caso de abuso infantil revolta e reacende debate sobre proteção à infância

Maioria dos crimes acontece dentro do círculo de convívio da vítima. Pais e responsáveis precisam estar atentos

Abuso infantil deixa marcas para a vida toda. Sua denúncia pode salvar uma criança Imagem criada por IA via Leonardo.IA

Eu sempre evitei ler notícias sobre abuso, por ser um tema forte, triste, devastador. Mas, como jornalista, não posso usufruir desse privilégio, afinal, não podemos selecionar sobre o que vamos ou não falar. Os casos acontecem e precisam ser repercutidos.

Por isso, o tema de hoje é pesado, sim, mas entendo que é necessário para alertar pais e responsáveis sobre a importância de proteger os seus pequenos.

O que me fez despertar a necessidade de falar sobre o tema aqui no blog foi a notícia de que um homem idoso de 70 anos foi preso nessa quinta-feira (20), acusado de estuprar a própria neta, uma criança de 8 anos, em Sinop, a 500 km ao norte de Cuiabá. A prisão foi decretada pela Justiça com base nas investigações da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e do Idoso.

Foi a mãe da vítima quem denunciou o abuso sofrido pela filha. Segundo informações, ela e o marido saíam para trabalhar e deixavam a menina sob os cuidados do suspeito.


A pequena foi ouvida e detalhou o que acontecia. Ela relatou que o próprio avô, que ainda não teve o nome revelado, cometeu o ato mais de uma vez. Diante das evidências, a delegada solicitou a prisão preventiva do criminoso, que estava escondido.

Proteção necessária

Infelizmente, casos como esse não são isolados. De acordo com dados do Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania, a cada hora chegam aos sistemas oficiais no Brasil 33 denúncias de abusos e maus-tratos contra crianças e adolescentes. Apesar de elevado, esse número representa somente 10% dos casos, já que pesquisas mostram que a subnotificação chega a 90% do total.


É importante ressaltar que a maioria dos abusos infantis acontece dentro do próprio círculo de convívio da criança, o que torna ainda mais difícil a detecção e denúncia. O agressor, muitas vezes, se aproveita da confiança dos responsáveis e da vulnerabilidade da vítima para cometer os crimes de forma silenciosa.

Ah, mas você está sendo superprotetor, podem dizer. Deixe que digam, afinal, mais vale o cuidado preventivo do que o arrependimento tardio. Lembre-se: você é o primeiro e o maior protetor do seu filho.


Não é exagero

Os especialistas orientam que é preciso ensinar, desde cedo, que existem partes do corpo que ninguém pode tocar e que qualquer situação desconfortável deve ser comunicada. Use linguagem acessível, sem assustar, mas deixando claro que o corpo dela é dela.

Não normalize segredos. Muitos abusadores pedem para a criança “guardar segredo”. Oriente seus filhos a contar qualquer coisa que pareça errada e deixe claro que segredos nunca devem ser guardados.

Por mais confiança que se tenha nas pessoas, é essencial manter um olhar atento. Prefira locais onde haja mais de um responsável e, sempre que possível, pergunte à criança como foi o tempo que passou com aquela pessoa.

Também é importante ficar atento a possíveis atitudes comportamentais da criança, como medo, tristeza, isolamento, agressividade repentina. Além disso, mudanças no sono e na alimentação também podem ser sinais de alerta.

Se um pequeno relatar qualquer desconforto, leve a sério. Crianças raramente inventam histórias sobre esse tipo de situação. Procure imediatamente as autoridades para garantir a segurança dela e investigar os fatos.

Abuso infantil é um crime silencioso e devastador. Proteger exige vigilância, diálogo e, acima de tudo, coragem para agir ao menor sinal de perigo. Se cada um de nós estiver atento, podemos evitar que mais inocentes sofram calados.

Qualquer suspeita pode ser informada pelo Disque 100, pela Polícia Militar (190) ou diretamente em uma delegacia especializada. Sua denúncia pode salvar uma vida.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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