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Refletindo Sobre a Notícia

Nova declaração de Monique Medeiros, mãe de Henry, traz alerta importante

Professora relatou que conheceu Jairinho após separação e, pouco tempo depois, foi morar junto com ele

Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury

Parecia outra pessoa. Foi essa a impressão que a professora Monique Medeiros passou ao Brasil quando mudou sua versão do depoimento e fez novas revelações a respeito da morte do próprio filho, Henry Borel Medeiros, de 4 anos. 

Na carta que escreveu na última sexta-feira, no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde está internada por conta da covid-19, ela narrou um cenário oposto ao que havia descrito para a polícia, onde sofria humilhações e agressões constantes do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido por Jairinho, e negou ter negligenciado as agressões que seu filho sofria. "Nunca encostei um dedo nele, nunca bati em meu filho, eu fui a melhor mãe que ele poderia ter tido", escreveu.

Monique Medeiros afirma ter sido uma boa mãe e nega ter negligenciado as agressões que o filho sofria
Monique Medeiros afirma ter sido uma boa mãe e nega ter negligenciado as agressões que o filho sofria

Ela afirma ter sido dopada e enganada pelo parlamentar na noite da morte da criança. Os dois estão presos acusados pelo assassinato de Henry.

Abrigando o inimigo


Me chamou atenção que, nesse novo depoimento, Monique também descreveu com detalhes o término do seu relacionamento com o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry, no ano passado. Ela diz ter conhecido Jairinho pouco tempo depois, pelo Instagram, em um momento que estava muito fragilizada. 

Após pedir a separação de Leniel e voltar para a casa da família, em Bangu, no Rio de Janeiro, em 31 de agosto, teve seu primeiro encontro com o vereador. Os dois começaram a namorar e, menos de três meses depois, decidiram morar juntos.


Se o que Monique disse em sua carta é verdade ou não, ainda não sabemos, mas, de qualquer forma, podemos constatar muitos erros gravíssimos em sua conduta. O primeiro, com certeza, foi o de ir morar com outra pessoa, sem ao menos conhecê-la bem, e inserir seu filho nesse ambiente.

Segundo especialistas, começar um relacionamento é importante, mas, quando esse momento vem depois de uma separação que deixou como fruto uma criança, cautela se torna a palavra-chave. Afinal de contas, o novo parceiro precisa ser, antes de tudo, bom para o filho. E como saber isso com poucos meses de convivência?


É necessário conhecer muito bem o futuro cônjuge, antes de obrigar uma criança aceitar a ideia de ter um novo padrasto ou madrasta. 

Jairinho responde pelo assassinato do enteado, Henry Borel, de 4 anos
Jairinho responde pelo assassinato do enteado, Henry Borel, de 4 anos

Por isso, é óbvio que a "hora certa" de inserir o filho em uma nova relação não está relacionada a prazo, mas, sim, na solidez do relacionamento.

Atitude acende alerta

De nada adianta insistir para ficar com alguém que tem atitudes contrárias as suas palavras. Jairinho deu todos os sinais possíveis de que era um péssimo padrasto. Monique escolheu ignorar, seja por medo, como disse na carta, ou por frieza, como demonstrou em seu primeiro depoimento.

Ela deixou de lado a necessidade de conhecê-lo melhor, antes de dar um passo sério, como o de dividir o mesmo teto, sem qualquer compromisso de casamento. Como saber se uma pessoa está preparada para assumir a posição não apenas de marido, mas também de padrasto, em menos três meses?

Infelizmente, há muitos pais e mães que têm deixado de lado esse tipo de avaliação. Assim, notícias sobre violência praticada por padrastos e madrastas contra crianças e adolescentes são cada vez mais comuns.

Por isso, é importante que a atitude de Monique, de ir morar com seu filho com uma pessoa que sequer conhecia, sirva de exemplo para todos os pais e mães solteiros.

Morte do pequeno Henry reforça a necessidade da luta contra a violência doméstica
Morte do pequeno Henry reforça a necessidade da luta contra a violência doméstica

Somente assim conseguiremos lutar contra as crescentes agressões que se repetem no Brasil inteiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a violência doméstica está presente no lar de pelo menos 103,8 milhões de brasileiros.

Por mais improvável que possa parecer, nem sempre o pai ou a mãe percebe os maus tratos que o filho recebe do novo cônjuge. Por isso, psicólogos alertam a respeito da importância de estar próximo da criança e atento às mudanças de comportamento para estabelecer uma relação de confiança e diálogo.

Todos têm o direito de recomeçar a vida amorosa, mas a entrada de uma nova pessoa na família exige cuidado, responsabilidade e precisa ser gradual. Não se pode esquecer que antes do novo parceiro existe um filho ou filha que precisa de cuidado, atenção e amor.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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