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Refletindo Sobre a Notícia

O que a prisão de Deolane tem a ver com o ‘jogo do tigrinho’ e como isso afeta sua vida

A popularização de apostas online têm levado muitos brasileiros à ruína


A prisão da influenciadora digital Deolane Bezerra, realizada pela Polícia Civil de Pernambuco, trouxe à tona a discussão sobre a legalidade dos jogos de azar, como o “Jogo do Tigrinho”. Deolane foi detida durante a Operação Integration, que investiga uma quadrilha suspeita de lavar cerca de R$ 3 bilhões com dinheiro dessas atividades.

As apostas online se popularizaram no Brasil por prometerem lucros rápidos e altos a partir de pequenos investimentos. Essas plataformas, promovidas também por influenciadores, utilizam designs atraentes, semelhantes aos de cassinos, para atrair a atenção do público. Contudo, o crescimento dessas práticas, impulsionado pela influência das celebridades, tem gerado sérias preocupações, especialmente em relação ao vício e aos esquemas fraudulentos.

É importante lembrar que esse tipo de atividade é ilegal no Brasil, mas as apostas digitais são oferecidas em sites hospedados no exterior, o que dificulta a fiscalização e o controle pelas autoridades. E quem se sente prejudicado tem poucas opções de recurso, o que torna quase impossível para as vítimas conseguirem algum tipo de indenização.

Deolane Bezerra foi presa em operação que investiga lavagem de dinheiro de jogos de apostas

Dependência perigosa


Os influenciadores têm desempenhado um papel terrível na disseminação do vício, ignorando muitas vezes a compulsão que esses jogos podem causar. A promessa de recompensa imediata cria rapidamente um ciclo difícil de sair. Não é à toa que são chamados de “jogos de azar”, porque o resultado não depende de habilidades ou estratégias. O termo “azar”, sobretudo, reflete o risco de perda financeira que está totalmente ligado a essas atividades.

Assim, o tempo que deveria ser dedicado à família, ao trabalho e ao autocuidado é consumido pela obsessão em “ganhar”. Por isso, as consequências são graves e incluem o aumento nos índices de destruição de casamentos, nos casos de depressão e até suicídios.


De acordo com o Instituto Locomotiva, 86% dos jogadores acabam contraindo dívidas após apostarem, evidenciando uma crise grave no Brasil. Já uma pesquisa realizada pelo Banco Itaú revelou que, no último ano, os brasileiros desembolsaram R$ 68,2 bilhões em apostas online, acumulando um prejuízo de R$ 23,9 bilhões nessas plataformas.

Em um mundo onde o digital influencia tanto a vida dos usuários, é essencial que se abra um debate mais profundo sobre a responsabilidade no uso dessas plataformas. Não adianta apenas esperar que os influenciadores ou as empresas que patrocinam essas apostas online mudem de postura. Afinal, há muita grana envolvida. O vício enriquece o bolso dos “donos” e tira tudo — e mais um pouco — do viciado.

Seja inteligente. Não se permita consumir nada que possa ser prejudicial à sua vida e daqueles que você ama. Afinal, não vale tudo por dinheiro.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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